Ciclo de Rancor romance Capítulo 1293

Os olhos de Brendan traíram sua agitação interior enquanto as emoções enchiam seu olhar negro e tipicamente sereno.

— Mas ainda não posso te dar muita atenção. Antes de tudo, preciso resolver minhas pendências com Deirdre, depois pensarei a respeito — disse ele.

Emily assentiu apressadamente, afinal, não era uma vitória, mas era um avanço significativo.

― Claro, Brigh... Não... Bren. Vou esperar por você, até que concorde em ficar comigo e se casar comigo. ―

Quando Emily se dirigiu a ele como 'Bren', o magnata teve sentimentos confusos. Ele se lembrava vagamente de que havia uma pessoa que que o chamara daquela forma de um jeito especial.

‘Como foi que me senti? Aquilo me deixou animado e exultante, foi o tipo de felicidade que irradiava da cabeça até a ponta dos pés. Não parece que faz tanto tempo, mas mesmo assim, não consigo me lembrar de quem foi. Não pode ter sido Deirdre.’

Sentindo que algo estava muito errado, Brendan afastou Emily.

― Então é isso, me dê um tempo. Está ficando tarde. Eu levo você de volta. ―

Então, os dois saíram do corredor. Deirdre viu pela fresta da porta que as duas pessoas desfizeram o abraço, mas foram embora juntas.

Triste e deprimida, a jovem fechou os olhos e se entregou à completa escuridão. Seu coração parecia estar sendo dilacerado por mãos invisíveis e ela não conseguia mais conter a angústia. Oprimida pela tristeza, ela sucumbiu às lágrimas que escorriam incontrolavelmente de seus olhos.

A coisa mais inacreditável se tornava realidade. Brendan preferia aceitar Emily do que acreditar que ela não era uma assassina. Então, que outro motivo ela tinha para continuar esperando por ele?

De qualquer forma, ela não podia mais ficar. Caso contrário, mesmo que Brendan não a torturasse até a morte, Emily definitivamente a mataria. Ela não estava sozinha agora, mas era uma mãe esperando a criança nascer e precisava ser forte.

Depois de se decidir, Deirdre percebeu que havia perdido a noção do tempo e descobriu que duas horas haviam se passado. Sentindo-se emocionalmente desligada, ela se levantou, tropeçou e caiu na cama. Então se recompôs e começou a fuçar na bolsa, vendo que havia dinheiro e roupas limpas. Assim que terminou de vestir, alguém entrou no quarto.

A jovem virou a cabeça, nervosa e com medo de ser o magnata, mas não era Brendan. Em vez disso, uma mulher de meia-idade, vestindo um macacão cinza e de estatura média. Deirdre não conseguiu determinar se se tratava de alguém a quem ela conhecia e se deveria estar temerosa, por isso, achou melhor perguntar:

― Quem é você? ―

Deirdre precisou pensar um pouco, antes de conseguir inventar uma desculpa:

― Essas roupas estão sujas. Eu ia tirar e pedir à enfermeira que ajudasse a jogá-las na máquina de lavar. Se você quiser ajudar, pode fazer isso para mim. ―

O cuidadora sorriu com entusiasmo.

― Tem certeza de que quer colocar essas roupas bonitas para serem lavadas em uma máquina de uso comunitário? E se forem roubadas? Posso levar embora e trazer amanhã. Vão ficar tinindo! ―

Deirdre sentiu que a cuidadora era uma pessoa descontraída, então seu tom se tornou muito mais gentil.

― Imagina! Eu odeio sentir que estou dando trabalho assim. Se forem roubadas, eu não me importo. É melhor do que te fazer lavar roupa à mão. ―

― Mas não é trabalho algum! Eu já tenho tanta roupa pra lavar que isso não será nada! Pode acreditar quando eu digo que isso não me incomoda. Estou acostumada! Vou lavar suas roupas e fim de papo! ―