Por fim, a cuidadora convenceu Deirdre e acabou separando as roupas para levar e lavar em casa. Sem possibilidade de fugir, a jovem respirou fundo e ficou sentada na cama, traçando novos planos.
Sem querer agir precipitadamente, Deirdre apenas se comportou, conversando bastante com a mulher para a conhecer um pouco melhor. Entretanto, no segundo dia, Deirdre disse:
― Dona Wanner, se você estiver livre hoje, pode me levar para passear? Estou tanto tempo nesse quarto que meu corpo está ficando todo duro. Isso não pode fazer bem... ―
― Você quer sair para passear? Por mim tudo bem. ― A mulher grisalha desligou a televisão e estendeu a mão para ajudar Deirdre a se levantar.
Com a visão quase recuperada, Deirdre já conseguia se mover com bastante facilidade e era fácil memorizar os caminhos que levavam de seu quarto até o elevador, inclusive, conseguiu planejar trajetos capazes de evitar as câmeras de vigilância.
Depois de dar muitas voltas pelo hospital, a jovem se deu por satisfeita e as duas voltaram para o quarto. Animada, Deirdre sentia o coração bater forte e a adrenalina circulava em suas veias, com a expectativa da fuga e ainda se acalmava quando Wanner disse algo que a jovem não entendeu e saiu do quarto.
Sem entender o que tinha acontecido, Deirdre se levantou e caminhou até a porta, apenar para ver que Jet chegava, trazendo o jantar. A jovem voltou para a cama e o segurança entrou, perguntando trivialidades sobre o dia, antes de deixar a bandeja e sair, dizendo que voltava mais tarde.
Deirdre já tinha jantado quando, alguns minutos depois, a porta se abriu novamente. A jovem não deu atenção, pensando que era o segurança quem tinha voltado, dessa vez para passar o turno da noite.
Entretanto, um forte cheiro de álcool alcançou as narinas de Deirdre que, preocupada, olhou em direção à porta. Percebendo que Brendan entrava cambaleando, vestindo um sobretudo preto, molhado pela chuva da noite, a jovem se levantou da cama e, sentindo o pavor crescer no peito, se afastou o máximo que pôde.
Abrindo os braços, de maneira lastimável, o homem falou, com a língua enrolada pela bebedeira:
― Era isso que você queria? Está feliz agora? ―
A jovem não esperava que o magnata aparece ali novamente, muito menos naquele estado e, tudo o que conseguia pensar era na humilhação do último encontro, por isso, se conteve para não chorar, tentou falar com a voz fria:
― Não sei do que você está falando. ―
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...