Ciclo de Rancor romance Capítulo 132

Ela sentiu como se pudesse assistir à cena da trágica morte de Bliss, no quintal, mais uma vez. Enquanto experimentava um novo colapso emocional, sem entender direito o que Brendan tentava fazer, ela gritou:

― Tire isso daqui! Vá embora! ―

Brendan estava ansioso pela reação de Deirdre, mas seu rosto ficou roxo de raiva quando ele a ouviu dizer para que saisse. Seu olhar ficou gelado.

― Por que você está agindo como louca? Você não ficou devastada com a morte do cachorro, ontem? Eu trouxe um novo cachorro para você, mas você não mostrou nenhuma gratidão, seu comportamento é nojento! ―

‘Mostrar apreciação?’

O peito de Deirdre estava acelerado e ela sentiu uma frieza sem fim a envolvendo, como se estivesse presa em um porão de gelo.

― Você acha que ter outro cachorro tomando o lugar de Bliss, no dia seguinte ao da morte dele tornará tudo melhor? Como se o incidente nunca tivesse ocorrido? ―

― O que mais eu poderia fazer? ― Brendan zombou. Ele não sentia nenhuma emoção pelos animais. ― Você quer que eu ressuscite o cachorro? ―

Deirdre queria rir. Ela tinha descoberto que, na visão de Brendan, qualquer coisa que fosse perdida poderia ser substituída por um item semelhante.

― Vá embora. ― Os lábios da jovem lábios tremiam. ― Saia! Vá embora! ―

Brendan ficou furioso. Ele a pegou de surpresa, quando segurou o queixo delicado, com os olhos ardendo de agitação:

― Não se atreva a ser ingrata. Você sabe quanto dinheiro eu gastei apenas para conseguir um cachorro que se parecia com o cachorro anterior? ―

Ele tinha experimentado uma reação alérgica e o dinheiro que tinha gasto com o cão teria sido suficiente para comprar dez cães de raças populares. No final, tudo o que esperava era fazer as pazes com Deirdre e mostrar que ele tinha se importado com o acontecimento. Em vez disso, Deirdre respondeu com uma atitude repugnante.

― O que eu fiz para merecer isso, Deirdre!? ―

A jovem estava com tanta dor que quase chorou, mas conteve as lágrimas à força:

― Eu não preciso de outro cachorro, Brendan. Eu não preciso de sua piedade condescendente, porque eu odeio cães! E odeio o sentimento impotente de não proteger outra pessoa! Uma pessoa como eu não merece manter um cachorro como animal de estimação! ― Então, ela respirou pesadamente e completou, cansada:

― Por favor, vá embora! ―

Brendan ficou extremamente furioso. Ele cerrou os punhos enquanto olhava para Deirdre, que tinha desabado e chorava profusamente. Então, frustrado, saiu do quarto, batendo a porta, enquanto carregava a gaiola na mão.

Charlene, que tinha ouvido a comoção, ficou ao lado da porta, tentando escutar e Brendan saiu do quarto bem a tempo de encontrar seus olhos.

Ela ficou atordoada por um momento, antes de ver Brendan segurando a gaiola.

Seu coração começou a acelerar por um segundo. O cão era tão parecido que ela quase assumiu que o filhote anterior havia sobrevivido à provação e voltado para se vingar dela. No entanto, ela percebeu logo que era apenas sua imaginação.

Brendan tinha realmente encontrado um cão semelhante.

‘O que ele está tentando fazer... Ele está tentando confortar Deirdre? Ele veio correndo de volta da empresa de propósito, apenas para agradar aquela mulher.’

Charlene ardia de ciúmes, com esse pensamento.

― Brendan... ― Ela disse, com uma voz fraca e gentil. ― O que aconteceu?―

― Nada. ― Os olhos de Brendan estavam cheios de agitação. ― Eu não deveria ter enfiado o nariz nos negócios de outras pessoas! ―

Descendo as escadas com passos pesados, o homem colocou a gaiola na mesa de centro e pediu para que um dos seguranças tirasse aquilo da sua frente. Charlene mordeu o lábio, sem que Brendan percebesse. Quando Charlene terminou de descer a escada, Brendan estava com o celular na orelha, mas, assim que ele terminou a ligação, ela disse:

― Então o cachorro foi comprado especificamente para Deirdre? Não é de admirar que o cão se pareça tanto com o morto. Bren, isso foi realmente atencioso da sua parte. E porque ela não está de bom humor, porque não ficou grata? ―

Brendan ficou ainda mais enojado:

― Quem ela acha que é para ter essa atitude? Ela só está aproveitando essa oportunidade para valorizar a situação e mostrar sua dor. ―

― Você teve tanta dificuldade em conseguir o cãozinho, Brendan. Se eu fosse Deirdre, certamente ficaria muito emocionada com seu gesto ― Charlene sorriu, amarga. ― Eu invejo muito ela. Você a trata tão bem... ―

― Tão bem? ― As palavras chamaram a atenção de Brendan.

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