Ciclo de Rancor romance Capítulo 139

― Bren! ― Charlene tossiu e fugiu aterrorizada para os braços de Brendan. Ela olhou boquiaberta para Deirdre, o medo arregalando seus olhos enquanto ela gritava:

― Ela enlouqueceu, Bren! Ela perdeu o controle e está tentando me matar! ―

Restos do estrangulamento de Deirdre ainda estavam gravados em seu pescoço, doloridos e rígidos. Um pouco mais à frente, Brendan podia ver lágrimas inundando o canto de seus olhos. A visão provocou algo feio dentro dele.

Ele estava exasperado, pois havia deixado Charlene sozinha por tão pouco tempo... Mas, foi tempo suficiente para que isso acontecesse. Se ele tivesse estado lá um minuto depois...

O monstro investiu e seus dedos cravaram nos ombros de Deirdre, como garras, com tamanha força que o som de estalos ecoou pelo salão.

― Você nunca vai aprender, vai?! Mesmo depois de todo esse castigo, você ainda não consegue parar de machucar Lena! ―

Lágrimas rolaram infinitamente pelos olhos opacos de Deirdre, molhando o chão. Seu peito doía tanto que até a respiração se tornou difícil. Ela olhou furiosa para Brendan, com os olhos vermelhos como uma beterraba, e retrucou:

― O que eu deveria ter aprendido, hein? Ela é o diabo por trás de tudo! Ela é um monstro! Ela. Deve. Morrer! ―

A agonia e o desespero em seus olhos eram tão avassaladores que até Brendan ficou surpreso. Ele não conseguiu encontrar nem mesmo um sinal de que ela estava fingindo. Mas o homem rapidamente se recuperou do choque e exigiu:

― O que você quer dizer com 'por trás de tudo'? ―

Charlene interveio apressadamente:

― Eu também não a entendo! Ela me deu o colar, alguns minutos atrás. Então, em vez de ir embora, ela começou a ter um discurso estranho e intrigante, divagando sobre tudo o que deveria ter sido dela, e então... e então de repente... ela começou a me sufocar... ― Sua voz tremeu. ― Graças a Deus você estava aqui, Bren. Eu... eu tinha tanta certeza de que ia morrer! ―

― Poupe-me dessa besteira! ― Deirdre explodiu. Cada respiração que dava parecia uma faca abrindo um corte em seu coração sangrando. ― Mostre-nos o seu telefone, Charlene, se ainda tiver a maldita coragem de fazer isso, sua cobra! Mostre o vídeo de novo, eu te desafio! ―

A expressão de Brendan escureceu:

― Que vídeo? ―

Charlene balançou a cabeça violentamente, com lágrimas nos olhos:

― Não sei! Não sei do que ela está falando! ―

― Você está mentindo! Tem um vídeo da barriga de Bliss sendo aberta bem aí no seu celular! Você filmou só para me mostrar. Para me atormentar! E agora você está se fazendo de boba! ―

Os olhos de Brendan ficaram tempestuosos. Ele estendeu a mão para Charlene e ordenou:

― Dê-me seu telefone. ―

― B-Bren? ― Charlene murmurou, assustada. Suas pupilas pareciam contraídas. ― Você... não confia em mim? ―

Brendan suavizou o tom.

― Eu confio em você... É por isso que preciso que você me passe seu telefone. Eu acredito, sem sombra de dúvida, que Deirdre esteja errada sobre tudo isso, mas, me passa seu telefone. ―

Charlene entregou o telefone para ele. Ele começou a pesquisar seus arquivos de mídia, mas não encontrou nem um único vídeo armazenado. Muito menos um vídeo retratando a tortura de Bliss.

O coração de Brendan se transformou em aço:

― Quando você vai parar de caluniar Lena?! ― Ele gritou. ― Você trata sua cegueira como um cartão de saída da prisão? Você acha que sua deficiência a coloca acima da decência básica!? ―

Ele pairou sobre ela e segurou o queixo de Deirdre:

― Não há um único vídeo no telefone de Lena! ― Ele rosnou. ― Nem mesmo um! ―

O rosto de Deirdre ficou branco:

― I-Isso é impossível! ― Ela se engasgou. Ela tinha ouvido com seus próprios ouvidos! ― E as gravações dela? Tem que ter um arquivo de áudio! ―

― Já chega! ― Brendan berrou. Ele a empurrou para longe dele, como se estivesse enojado e Deirdre perdeu o equilíbrio e caiu no chão. Ela bateu em um dos bancos próximos e ofegou de dor.

Brendan lançou um olhar gélido, como se estivesse olhando para um ser nojento e miserável que não conseguia parar de afundar mais e mais:

― Quantas vezes eu avisei você, Deirdre? Quantas? Muitas! Milhares de vezes! Você simplesmente não vai parar! Você pensou que eu ficaria indefeso contra você agora que Sterling se foi, não é?! ―

― Sam! ―

O homem em questão espiou dentro da sala e imediatamente soube o que tinha acontecido.

― Leve-a de volta para a mansão e tranque-a em seu quarto! Ela não deve receber comida, a menos que eu declare explicitamente! ― Brendan ordenou. ― Quando a festa de aniversário de Charlene terminar, voltarei e lhe darei uma lição memorável. ―

Ao dizer isso, Brendan levou Charlene com ele e foi embora.

Deirdre estremeceu. Qualquer dor que seu corpo sentia era branda em comparação com a agonia em seu coração dolorido.

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