Ciclo de Rancor romance Capítulo 138

Deirdre estava muito incomodada. Cada parte daquela cordialidade soava fabricada e falsa e a jovem adoentada não estava com vontade de participar daquele teatro, então colocou a caixa em uma prateleira ao lado da porta e se virou para sair.

― Espere! ― Charlene a deteve e se levantou do assento, com um sorriso. ― Qual é a pressa? Você não quer dar uma volta? Você sabe, aproveitar a festa agora que você está aqui? ―

― Não estou interessada ― Deirdre rebateu, com indiferença. Ela nunca se interessava pelo que a classe alta considerava alta costura ou glamour. A única razão pela qual ela queria ser a esposa de Brendan era porque o amava. Mas, já havia algum tempo, que o amor tinha ido embora.

― Eu trouxe seu colar ― ela afirmou placidamente. ― Se não precisar de mais nada, com licença. ―

― Ah! Tem mais uma coisa... ― Charlene respondeu rapidamente. Seu sorriso se aprofundou. Então, ela pegou o telefone, com movimentos graciosos e exibiu um vídeo.

Os gemidos e gritos de um cachorro sendo torturado enchiam o ar e Deirdre parou de repente. Ela podia sentir o sangue fervendo, dos pés à cabeça.

Charlene riu:

― Estou disposta a apostar que você reconhece este som. Qual era mesmo o nome daquele maldito cachorro? Ah, certo. Bliss. Lembro-me de como tudo aconteceu, como se fosse ontem! Sua barriga foi aberta e, embora estivesse perto da morte, aquela pobre criatura também teve seus membros cortados. Vou contar para você! Você pode vê-lo olhando para a mansão, ao longo do vídeo... Ele estava procurando por você, não estava? Talvez só quisesse ver você antes que... desaparecesse para sempre... ―

Os olhos de Deirdre estavam vermelhos e ela se virou para encarar Charlene, sua voz tremendo tanto quanto seu corpo:

― O-Onde você conseguiu isso!? ―

Os olhos de Charlene se estreitaram:

― Por que você não dá um palpite? Adivinhe por que eu teria um vídeo como este ou por que pareço ter um conhecimento íntimo sobre a morte do cachorro? ―

Os olhos de Deirdre pareciam estar tremendo nas órbitas. Ela resmungou em lágrimas:

― Foi ... foi você! Você matou Bliss! ―

― Tsk, tsk. Peraí, querida. Eu estava assistindo a um musical com Bren, não estava? Não tenho tempo a perder matando cachorro. ― Respondeu Charlene. O sorriso em seu rosto estava gravado ainda mais profundamente em seus lábios. ― Mas, sim. Fui eu quem contratou o vagabundo. Ele é louco, com certeza, mas ele não está completamente fora de si o tempo todo, sabia? Então dei um monte de dinheiro para ele e mostrei onde ele poderia fazer um buraco na grade, sem ser visto. Então, quando você e Sam saíram para fazer compras, abri a porta do seu quarto e... Uau! Aquele cachorro idiota saiu correndo, excitado! Ele correu para o quintal imediatamente. E então... Que pena... ―

Deirdre atacou, seus dedos segurando o pescoço de Charlene, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto:

― Como você pode?! ― Ela gritou, a plenos pulmões. ― Você é um monstro! Bliss era apenas um filhote inocente e você o matou! ―

Charlene estava com falta de ar, mas a alegria em seus olhos queimava mais e mais:

― V-V-Você está… certa… Era apenas um c-cachorro… e teria… vivido uma vida feliz… se tivesse sido cuidado… literalmente... por qualquer outra pessoa… ― Ela acrescentou. ― Mas você... Você tinha que... ser a dona dele... Você teve tantas chances... de nos deixar... mas você c-continuou... ficando... ―

Deirdre sentiu um som alto tocando em seu cérebro. Ela era cega, mas em sua mente, ela podia ver Bliss chorando, enquanto olhava na direção da mansão. Esperando por ajuda. Esperando por ela. Foi como uma faca cortando seu coração.

A mãe de Bliss morreu de uma doença. E o próprio Bliss nem sequer conseguiu respirar e viver neste mundo por um pouco mais de tempo. Bliss morreu como dano colateral, causado por um estúpido conflito entre dois humanos.

Lágrimas brotaram de seus olhos cegos. Seus braços tremiam e Deirdre sentiu uma raiva profunda e homicida.

Ela odiava Charlene

― Morra! Você vai morrer...! ― Ela gritou, colocando mais pressão no aperto.

Então, de repente, ela ouviu passos correndo atrás dela. Uma nova força agarrou suas mãos, antes de arremessá-la para longe de seu alvo. Então, ela caiu no chão.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor