Ciclo de Rancor romance Capítulo 143

Deirdre McQuenny estava prestes a terminar sua vida miserável da maneira mais embaraçosa e ridícula possível. Sem conseguir aguentar o peso do corpo, tombou para frente ficando ao alcance do cão e, a última coisa que sentiu foi o bafo do animal em seu rosto, antes de desmaiar mais uma vez.

Em sua febre, Deirdre parecia estar em um sonho. Ela sonhou com um cachorrinho abanando o rabo e aproximando-se ansiosamente dela. Deveria ser Bliss porque ficava lambendo seu rosto o tempo inteiro. Enquanto isso, sua temperatura corporal caiu.

Finalmente, a chuva parou.

Brendan estava parado na sacada. A fumaça de um cigarro recém apagado ainda se dissipava, demorando-se sobre ele. Erguendo a cabeça, ele olhou para o céu nebuloso. Faltava mais uma hora para o nascer do sol.

Enquanto isso, no térreo, vestindo um casaco grosso, Sam cruzou a porta da frente e, enquanto afastava a água da chuva do tecido impermeável, viu seus colegas no sofá. Ele se assustou e ficou preocupado, enquanto perguntava:

― Ele manteve todos vocês aqui? ―

Sam não recebeu nenhuma resposta direta e um dos seguranças curvou os lábios em uma risada estranha. Por reflexo, Sam deu uma olhada na porta do quarto de Deirdre no primeiro andar.

Seu coração falhou uma batida quando percebeu que a porta estava escancarada e perguntou:

― Onde está a Senhora McQuenny? ―

Um segurança apontou para o quintal e sussurrou:

― Fale mais baixo. O Senhor Brighthall ainda está furioso por causa desse assunto. Não faço ideia de como ela ofendeu o chefe. Mas, ela foi arrastada para o depósito e está trancada com um cão. A essa hora, já deve ter tido um colapso. ―

― Trancada no depósito, no quintal? ― A mente de Sam ficou em branco. Ele viu o quão pesado tinha sido o aguaceiro, quando se preparava para ir para a mansão, depois de acordar. Embora tivesse girado os limpadores do carro na velocidade máxima, ele não conseguia ver a estrada com clareza. Além do mais, a fina cobertura de metal que cobria o depósito era completamente ineficaz para bloquear a chuva.

Sam saiu correndo, sem pensar.

O segurança se assustou, antes de se recompor e tentar impedir Sam. Ele rosnou baixinho:

― Você está louco!? Não me diga que você vai trazer a mulher para cá? Você não conhece o temperamento do Senhor Brighthall? Você vai se atrever a desobedecer a uma ordem direta? Você enlouqueceu!? ―

― Não me toque! ― Sam libertou-se e caminhou em direção ao quintal.

Ainda na sacada, Brendan viu uma figura correndo em direção do depósito e seus olhos negros se estreitaram.

Assim que Sam chegou à construção, sentiu um calafrio.

Viu Deirdre inconsciente no chão, enquanto um cão de caça preto estava deitado ao lado da jovem, lambendo continuamente seu rosto. Mas, a jovem estava tão gelada que seus lábios tinham perdido a cor e seu rosto tinha um tom levemente azulado.

Sam correu para Deirdre e verificou sua pulsação. Ela ainda estava viva, embora sua respiração fosse fraca. Se não fosse o cão colado em seu corpo, tentando aquecê-la, ela teria morrido de hipotermia, pelo menos a meia hora.

― Senhora! Senhora Deirdre! ― Sam estendeu a mão e assim que tocou a mão de Deirdre, sentiu que estava gélida. O segurança rangeu os dentes, enquanto tirava o casaco para cobri-la e abraçá-la.

Assim que Sam saiu do depósito, encontrou o olhar de Brendan, que acabara de chegar. O homem ficou especialmente furioso, quando viu as mãos de Sam em Deirdre.

― Sam, você acha que pode fazer o que quiser porque eu te mantive mais próximo, depois de demitir Steven? Diga-me, quem ordenou que você tocasse em Deirdre? ―

O rosto de Sam ficou pálido, enquanto ele se desculpava:

― Sinto muito, Senhor Brighthall. No entanto, seria tarde demais se eu não viesse. A Senhora Dei... M-McQuenny... ― Ele se engasgou. O corpo de Deirdre estava tão gelado que ele não conseguia imaginar o que ela tinha experimentado nas últimas horas.

As pupilas negras de Brendan se contraíram.

Sem hesitar, ele caminhou em direção a Sam e assumiu Deirdre. No momento em que a segurou em seus braços, ele congelou. Ele parecia estar abraçando um cadáver. A jovem estava muito fria para estar viva.

― O que aconteceu? ― Sua voz estava cheia de um pânico inexplicável. Esquecendo da raiva que sentia por Deirdre, ele a apertou em seus braços.

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