Ciclo de Rancor romance Capítulo 142

Sentindo a ferocidade do animal e realizando que sua vida estava em risco, a mente de Deirdre ficou em branco. Ela reflexivamente correu para um canto e se prendeu firmemente contra a parede.

Então, ouviu o sorriso desdenhoso de Brendan:

― Eu não sabia que você tinha medo da morte. Achei que você não tinha medo de nada e por isso ousou ferir Lena. ―

O frio do armazém era muito mais quente do que o medo glacial no coração de Deirdre. Ela olhou para o nada com os olhos avermelhados e disse com uma voz trêmula:

― Brendan, você se arrependeria se um dia percebesse que Charlene é o diabo por trás de tudo o que aconteceu? Que ela matou Bliss e organizou tudo isso? ―

Brendan ficou subconscientemente assustado.

‘E se Lena realmente matou Bliss. E se ela for a culpada por tudo isso...’

Por uma razão desconhecida, o homem sentiu um rápido momento de dor no coração, quando pensou na possibilidade. Mas, foi instantaneamente transformado em uma carranca detestável, e ele olhou para Deirdre.

― Mesmo depois de tudo isso, você ainda não consegue parar de caluniar Lena, não é!? ― A última gota de misericórdia de Brendan se dissipou e ele disse, com os dentes cerrados:

― Porque eu quis confiar em você uma vez, coloquei Lena em perigo. Não vou repetir o mesmo erro duas vezes! ―

Seus olhos negros estavam gelados, quando zombou:

― É melhor você conservar sua energia para suportar a noite. Eu voltarei amanhã de manhã. A essa altura, posso considerar libertá-la, mas é sua responsabilidade não ser mordida pelo cão! ―

Depois disso, Deirdre ouviu os passos de Brendan e o treinador, se afastando. Enquanto isso, o cão, acorrentado na porta, soltou um rosnado gutural, como sinal de alerta, pronto para atacar e Deirdre se encheu de medo. Sentimento que foi agravado pelo mau tempo.

A chuva tempestuosa aumentou a umidade no armazém miserável. A água fria vazava pelo telhado danificado e penetrava pela parede, caindo sobre Deirdre.

Os infortúnios nunca vinham sozinhos, de fato.

Deirdre sentia frio e calor, desencadeados por emoções tensas. Ela, então, sentiu uma tontura até que o som de um trovão a acordou. Imediatamente depois disso, ela ouviu o uivo inquieto do cão de caça.

Assustado pelos relâmpagos, o cão entrou em estado de choque e investiu contra Deirdre, esticando a corrente ao máximo e latindo, cuspindo saliva a um palmo do rosto da jovem.

A viga desgastada e negligenciada da antiga construção vacilou com a tensão da corrente do cão.

― Ahh! ― Deirdre gritou de medo.

O cão estava a trinta centímetros de distância e latia continuamente, enquanto tentava se aproximar de Deirdre, exercendo uma força de tração que sacudiu o depósito. O medo a deixou tensa. Mordendo os lábios, ela não pôde evitar que as lágrimas caíssem, uma após a outra até que desmaiou de pavor. Entretanto, nem inconsciente o corpo da jovem relaxou, pois seu subconsciente sabia que se ela tombasse para frente, seria devorada pelo animal. Se Brendan queria causar sua morte, ele estava quase conseguindo.

Os latidos do cão eram tão altos que eram ouvidos nitidamente na mansão. Os poucos seguranças de plantão e o treinador de cães estavam ansiosos e trocavam olhares.

― Senhor Brighthall... vamos parar com isso? Mesmo que aquele cachorro não a morda, a mulher entrará em colapso, se isso continuar. ―

Brendan lançou ao questionador um olhar ameaçador e indiferente:

― Então, o que você sugere? Você quer fazer companhia a ela? ―

A resposta silenciou a todos, em um instante. Então, Brendan começou a subir as escadas, mas no meio do caminho, ele se virou e exigiu ao adestrador:

― Vá ao depósito e me diga se ela está morta. ―

O adestrador empalideceu. Ele achava difícil entender a personalidade excêntrica do diretor do Grupo Brighthall. O empresário parecia querer a mulher morta, mas enfatizou repetidamente que queria um cachorro que latisse muito, mas que não mordesse.

A chuva torrencial e o depósito maltratado e sem manutenção encharcaram a área ocupada por Deirdre, em um instante. A jovem começou a sentir uma febre crescente, enquanto tremia de frio. E, entre um desmaio e outro, em um lampejo de lucidez, pensou:

‘É o fim de tudo.’

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