Brendan franziu as sobrancelhas, desconfortável:
― Pare de se gabar, Deirdre. ―
― Mas, eu estou errada? Ele desafiou sua ordem quando me salvou do depósito, então você ficou chateado e o puniu dessa maneira, certo? ― Deirdre pensou em como qualquer um que a ajudasse acabaria em um estado trágico e sorriu amargamente:
― Na sua percepção, eu mereço morrer, não é isso? ―
― Deirdre, basta! ― Brendan disse com uma voz severa, seus olhos escuros continuavam frios. ― Sua sobrevivência não é da minha conta, nem Sam foi enviado para o cassino como castigo. Ele só foi voltou para onde deveria estar! ―
Os olhos de Deirdre ficaram vermelhos e cheios de lágrimas:
― Deixe-o voltar. Vou reconhecer meu erro para você, Brendan. ― A jovem tinha mais medo de que outra pessoa fosse punida por causa dela:
― Se você acha irritante que eu tenha sido salva, voltarei para o depósito e você pode me manter lá por dez dias! Duas semanas! O resto da vida! Para mim tanto faz... ―
Brendan deu um passo à frente e agarrou o queixo de Deirdre com tanta força que ela espremeu o corpo contra o balaústre, tentando manter as mãos firmes no corrimão enquanto olhava para os olhos escuros e raivosos de Brendan.
A principal razão pela qual Brendan tinha mandado Sam embora era sua suspeita de que o homem nutria sentimentos por Deirdre. Brendan não se permitiria manter um homem com sentimentos por Deirdre perto dela. No entanto, não esperava que Deirdre se aproximasse dele e implorasse por Sam.
Na verdade, ela até voltaria ao depósito, que quase a matou, pelo bem do homem.
― Quando você se tornou tão próxima dele? Você nem se importa em ser morta por causa dele! Você sabe o que significa para você, ser mantida no depósito por dez dias? Você não foi capaz de suportar, nem mesmo uma noite! ―
Deirdre tremia de dor quando respondeu com voz rouca:
― Eu sei disso. ―
― Se você entende, por que ainda... ―
De repente, a voz de Brendan parou, deixando apenas frieza emanando de seus olhos. Seus olhos estavam fixos no rosto de Deirdre, sem desviar o olhar nem por um momento:
― Você está arriscando sua vida... Será que se apaixonou por Sam? ―
Brendan sentiu como se seu coração se apertasse ferozmente, assim que fez o comentário. Deirdre também estava incrédula.
‘Se eu me apaixonei?’ Ela foi pega de surpresa. ‘Eu nem sei mais o que é preciso para se apaixonar por alguém. Nunca sentirei isso novamente e não ouso mais amar alguém...’
Quanto mais Brendan imaginava Deirdre e Sam juntos, mais furioso ficava:
― Deirdre, você esqueceu completamente seus sentimentos por Sterling, só porque ele não está mais na cidade. Você imediatamente passou a amar outra pessoa? Por que seu amor é tão barato!? ― Brendan ainda pensava em como Deirdre tinha deixado de amá-lo, depois que saiu da prisão.
― Eu não amo Sam, Brendan! ― Deirdre respirou pesadamente, com os punhos cerrados com força, e sussurrou, quase sem forças:
― Eu simplesmente não quero ter causado a ruína de mais ninguém... ―
― Não quer a ruína de ninguém? ― A desculpa era simplesmente ridícula, na percepção de Brendan.
― Como você ainda tem coragem de dizer que não quer a ruína de ninguém? Pense no quanto de mal você já causou a Charlene! ―
Ao dizer isso, o telefone no bolso de Brendan tocou. O homem atendeu a ligação, e ouviu o criado de Charlene dizer:
― Por favor, venha rapidamente, Senhor Brighthall. A senhorita McKinney trancou-se no quarto e recusou-se a sair, desde ontem à noite. Já passa do meio-dia e ela ainda não bebeu uma gota de água. Se isso continuar... ―
Brendan ficou ansioso. Ele desligou a ligação e estava prestes a descer as escadas quando Deirdre agarrou o braço de Brendan:
― Brendan, por favor, deixe Sam voltar. Eu estou te implorando. Eu farei qualquer coisa que você quiser que eu faça! ―
‘Ela continua implorando para que Sam volte. Após a partida de Sterling, ela decidiu que morreria, só para estar com Sam.’ Brendan ficou furioso, sem motivo aparente.
Então, ele empurrou as mãos de Deirdre e disse:
― Quem você pensa que é para implorar algo a mim? Com tudo o que você fez, já considerei misericordioso demais da minha parte não deixar você morrer, umas mil vezes! ―
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