Ciclo de Rancor romance Capítulo 161

Sam respondeu:

― Não tenho muita certeza. ―

Ele estava realmente inseguro, sem saber o que deveria contar, enquanto guardava a porta, sem entrar no quarto, nem por um momento.

― Por um tempo, o Senhor Brighthall conversou com o médico responsável por sua saúde e depois saiu. Por quê? ―

Deirdre respondeu, com um sorriso amargo:

― Não sei. E faz quase uma semana, desde a última vez que ele veio aqui. ―

Na verdade, até receber as informações que traziam à tona a verdade sobre a morte de Bliss, Deirdre não tinha se importado muito com a ausência prolongada de Brendan, entretanto, com tudo o que sabia agora e a vontade de entregar todas as evidências a Brendan, a jovem sentia que não podia esperar mais.

Sam franziu as sobrancelhas, incapaz de entender a situação também. No entanto, ele tentou acalmar a jovem dizendo:

― Não se preocupe. É possível que a empresa o esteja mantendo ocupado.

Deirdre não acreditou, pois sabia que Brendan tinha encontrado tempo para visitar Charlene, quando ela estava em coma, todos os dias, mesmo quando estava ocupado com o trabalho. Portanto, nada poderia impedi-lo de ir ao hospital se ele quisesse. Além disso, a ausência perdurava uma semana e Brendan não poderia estar tão ocupado a ponto de ficar todos esses dias sem ter tempo para passar no hospital. Ficava claro que ele estava relutante em ver Deirdre.

A jovem respirou fundo, pensando como seria se essa situação continuasse, mas ela não conseguiria procrastinar mais, não quando a evidência estava bem diante dela.

― Sam, por favor, você pode me emprestar seu telefone para que ligue para Brendan? ―

O segurança não conseguiu dizer não e discou o número, passando o telefone para Deirdre. A jovem pressionou o aparelho contra a orelha e a ligação foi atendida no terceiro toque. A voz atraente do homem estava marcada por sua frieza habitual, quando perguntou, com indiferença:

― O que está acontecendo, Sam? ―

A voz fria, mas sem nenhum traço de impaciência, indicava que Brendan não estava ocupado e Deirdre deu um sorriso debochado, dizendo com amargura:

― Sou eu, Deirdre. ―

Do outro lado da linha, o homem ficou em silêncio. Talvez estivesse pensando se deveria desligar. No final, resistiu ao impulso e perguntou, impaciente:

― Há algo errado? ―

― Sim. ― E, como Brendan não respondeu, Deirdre perguntou: ― Você está livre hoje? Eu... eu tenho algo em que preciso da sua ajuda. ―

― Estou ocupado. ― Brendan a rejeitou, sem a menor hesitação. ― Se precisar de alguma coisa, apenas chame Sam para ajudá-la. Você é a melhor em conseguir um homem e flertar com ele, não é? No entanto, não tenho tempo para jogar seu jogo de gato e rato. ―

Sem esperar resposta, o homem encerrou a ligação friamente, e até mesmo Sam, se sentiu inquieto ao ouvir os comentários cruéis. Mas, Deirdre estava acostumada com isso, entretanto estava confusa com a atitude fria de Brendan. Seu coração lhe dizia que algo havia acontecido, mas ela não conseguia descobrir o que poderia ser.

Sam disse:

― Devo levá-la para encontrar o Senhor Brighthall, pessoalmente? ―

― Não, Sam. Obrigada. ― Deirdre rejeitou a oferta. A ajuda de Sam na obtenção de provas já estava além de seu trabalho e, como Charlene estava envolvida na questão, se o segurança entregasse as evidências diretamente a Brendan, talvez acabasse punido.

― Vou esperar receber alta. ― Era mais seguro para todos que a jovem esperasse sua saída do hospital para proceder com o plano, por mais que ansiedade a corroesse.

― Tudo bem, então. ― Sam não insistiu, mas aconselhou Deirdre a descansar antes de se virar e sair.

Deirdre colocou o documento cuidadosamente debaixo do travesseiro, mas não conseguiu dormir. Ela se sentia sufocada pelas emoções que invadiam sua cabeça. Por um lado, ela queria que a verdade sobre esse incidente fosse revelada, mas também tinha medo, pois temia que a evidência fosse totalmente sem sentido para Brendan. Afinal, se ele escolhesse continuar amando Charlene, tudo o mais seria considerado uma piada inútil.

Deirdre adormeceu sentindo antecipação e medo inefável e perdeu a noção do tempo, só acordando quando a porta se abriu. Ela tinha sono leve e abriu os olhos assim que acordou. Se perguntou se era Sam, mas, quando sentiu o cheiro pungente de álcool no ar, franziu as sobrancelhas.

― Brendan? ―

A pessoa não respondeu, mas tirou a jaqueta e se inclinou para perto dela, rudemente.

Deirdre suportou, sem oferecer resistência, os movimentos ásperos do homem, assim como o ressentimento e a raiva que ela sentia no ar. Brendan estava com raiva, mas, a jovem não conseguia entender o porquê. Nada havia acontecido durante seu período de internação.

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