Ciclo de Rancor romance Capítulo 182

― Tenho algo importante para resolver. Adie a reunião! ―

Sam ficou atordoado e seu rosto empalideceu:

― Senhor Brighthall! Você está atrás desse projeto, há mais de seis meses! ―

― Eu disse, adie! E compre passagens de volta para Neve, imediatamente. Nós vamos voltar, o quanto antes. ―

Sam notou que algo estava errado:

― O que está acontecendo em Neve? ―

― Deirdre está ameaçando cometer suicídio na varanda do segundo andar da mansão. ―

Brendan queria pegar um voo direto para Neve, mas fazer isso não era tão simples como ele pensava que seria. Não havia voo disponível para nenhum horário breve. O primeiro voo decolaria à meia-noite e ele precisaria esperar mais cinco horas.

Entretanto, com esse tempo todo de espera, Deirdre não precisaria nem pular. Considerando o estado de saúde da jovem e o vento frio do outono, ela não suportaria nem três horas na varanda, com seu estado fragilizado de saúde.

Desesperado, Brendan providenciou um jato particular. Mesmo assim, mais de duas horas tinham se passado quando chegou a Neve. Dirigindo apressado, Sam furou todos os sinais vermelhos a caminho da mansão. Assim que desceu do carro, o empresário olhou para cima e encontrou a figura frágil e extremamente magra da mulher na varanda do segundo andar.

O vestido branco balançava ao vento, seus olhos estavam fechados e seu rosto estava pálido e entorpecido pelo frio. No entanto, ela manteve seu corpo teimosamente imóvel.

Brendan sentiu as costas encharcadas de suor frio e subiu correndo as escadas, rangendo os dentes. Ele esbarrou no médico e agarrou seus ombros, com força, enquanto rugia de raiva:

― O que diabos há de errado com você! Você realmente permitiu que ela chegasse até ali?! ―

O doutor Ginger estava quase chorando:

― Eu não conheço a mansão. Não sabia que havia um lugar tão perigoso no... ―

― Por que você não a puxou para fora da borda então? Você não consegue lidar com uma pessoa cega? ―

O médico fez uma careta.

― Eu tentei, mas a audição da senhora McQuenny é muito sensível. Ela se puxava para frente sempre que eu tentava me aproximar, então como eu poderia ousar puxá-la para fora da borda?! ―

A cabeça de Brendan estava tonta de raiva, e seu corpo irrompeu em uma fina camada de suor.

— Deirdre, você não vai parar por nada, hein? Você perdeu até mesmo o medo da morte, não é? ―

De onde Brendan olhava, via apenas o céu azul na frente da mulher. Brendan não tinha ideia se era devido ao vento forte e frio nos arredores, mas estremeceu de frio involuntariamente.

― Deirdre! ― Ele estava prestes a perder a paciência. ― Afaste-se daí! ―

Deirdre abriu os olhos, seu corpo já entorpecido pelo vento frio. Ela perguntou:

― Onde está minha mãe? Você a trouxe com você? ―

Brendan não poderia trazê-la, é claro. Ele deveria ter desenterrado o cadáver dela da sepultura? Mesmo que tivesse, restaria apenas ossos e cinzas.

― Eu disse a você que ela está... ―

― Lá vai você de novo. ― A voz de Deirdre parecia extremamente calma, mas havia desapontamento e destemor em seu olhar. Ela olhou na direção de Brendan com os olhos vazios. ― Brendan, você pode falar a verdade pelo menos uma vez? Você acha que ainda vou acreditar em você depois de todo esse tempo? ― Seus lábios tremiam e ela segurava as lágrimas ao declarar: ― Minha mãe está morta, não é? ―

Brendan sentiu o coração apertar de dor.

O empresário ainda tinha respondido, mas os olhos de Deirdre estavam injetados.

― Brendan! Responda! Minha mãe, está morta? ―

O corpo inteiro da jovem tremia e parecia que a ferida em seu coração havia se rompido e a sensação era a de que sangue escorria da ferida aberta. Então, a jovem sentiu uma dor intensa no peito. Uma mistura de dor, raiva e desesperança.

― Porque você mentiu para mim! Você me prometeu que a deixaria segura se eu concordasse em ser o bode expiatório de Charlene! ―

Deirdre estava agitada e lágrimas escorriam constantemente por seu rosto. Ela moveu metade de seu corpo da borda até que estivesse quase no ar.

Brendan sentiu um aperto no coração e não conseguiu pronunciar uma palavra porque se sentiu sufocado.

‘Devo continuar a enganá-la? Uma mentira ainda é uma mentira de qualquer maneira.' O homem não sabia o que responder.

Deirdre fechou os olhos, trêmula. Ela havia perdido toda a esperança e seu coração afundou. Um ódio intenso envolvia seu corpo. Ela então respirou fundo e pulou, sem hesitar.

― Deirdre! ―

Brendan rugiu histericamente, sua mente ficando em branco. Ele correu para frente apesar do sentimento de desesperança em seu coração.

Sam agiu mais rápido do que Brendan, já que ele se aproximava da borda pouco a pouco, enquanto Deirdre e Brendan conversavam.

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