Ciclo de Rancor romance Capítulo 183

No último instante, instintivamente, Sam correu com o braço estendido e agarrou o pulso de Deirdre, no exato momento em que Deirdre saltou, sem a menor hesitação.

Ele só descobriu como a mulher era absurdamente magra no momento em que agarrou seu pulso e o tranco que sentiu com o peso da jovem foi extremamente leve. Ela era toda pele e ossos.

― Senhora McQuenny! Me dê sua outra mão! Rápido! ―

A expressão de Deirdre, que estava cheia de desespero, finalmente mudou ligeiramente quando ela ouviu a voz de Sam, mas foi apenas uma mudança momentânea.

Lágrimas continuaram fluindo dos cantos de seus olhos constantemente. Ela ergueu a cabeça e disse com calma fingida:

― Sam, eu geralmente o trato bem. Se você realmente quer fazer algo de bom para mim, apenas me solte, está bem? É muito doloroso viver. Deixe-me ficar com minha mãe e cumprir meu dever de filha. ―

Sam sentiu uma dor no coração tão intensa, que não conseguia falar, muito menos puxar a jovem para cima. Brendan correu com os olhos vermelhos e agarrou o braço de Deirdre, com força.

Ninguém sabia disso, mas Brendan sentiu seu coração afundar e perder a vontade de viver, no exato momento em que Sam agarrou Deirdre. Ele não tinha dúvidas de que teria descido a um inferno sem limites pelo resto de sua vida se a jovem tivesse caído.

― Sam, pegue a outra mão de Deirdre! ― ele pediu.

Deirdre lutava com forças que não havia como dizer onde ela havia encontrado, mas, tinha encontrado uma pedra, que usava para bater freneticamente na mão de Brendan.

A pedra afiada cortou estrias de feridas sangrentas na mão do empresário e transformou as costas de sua mão em uma bagunça sangrenta, instantaneamente. A dor aguda fez o corpo de Brendan tremer uma vez, mas ele apertou ainda mais.

Deirdre sentiu isso e riu tanto que chorou:

― Por que você está tentando me salvar, Brendan? Só porque você e Charlene precisam de uma máquina de parto? ―

― Cale essa maldita boca! ― O corpo de Brendan estava tenso e suas veias inchadas. ―Não é sobre isso. Eu só quero que você viva! ―

Ele não teve tempo para refletir sobre o assunto, mas, nem precisava fazer isso. Ele sempre foi imprudente e desenfreado, então faria o que quisesse.

Deirdre achou sua observação irônica:

― Você quer que eu viva? Se você não tivesse poupado esforços para salvar minha mãe, antes de ela morrer, ela ainda teria caído para a morte? Você tem tudo, mas tirou tudo de mim. Sou uma pessoa que não tem mais nada. Brendan, você merece morrer! Eu te amaldiçoo a sentir um amor não correspondido pelo resto de sua vida! Que você esteja em tanta agonia que deseje estar morto! Assim como eu desejo. ―

Seus olhos estavam vermelhos. Mesmo que cego o olhar de Deirdre carregava um ódio insano. E tudo que ela queria era poder ver aquele homem claramente, antes de sua morte, para poder assombrá-lo.

― Deirdre! O que você está fazendo?! ―

Brendan não pôde deixar de entrar em pânico. Os olhos de Deirdre estavam mortalmente imóveis quando ela estendeu a outra mão e usou sua última gota de energia para afastar os dedos indicador e médio de Brendan.

Brendan suava profusamente enquanto rugia:

― Como você ousa, Deirdre! ―

Ele segurou a mão dela com mais força, mas ainda não conseguiu lutar contra a resistência de Deirdre. Ele podia sentir o pulso da mulher escorregando de seus dedos pouco a pouco.

Brendan arregalou os olhos e sentiu como se o mundo estivesse se movendo em câmera lenta. Ele podia sentir o destemor de Deirdre quando se tratava da morte. Mas, de repente, Sam estendeu a mão para agarrar o outro braço de Deirdre.

Brendan e Sam uniram forças e puxaram Deirdre para um local seguro.

Brendan foi aliviado de sua dor, naquele exato momento. Ele foi até Deirdre com os olhos vermelhos e agarrou seus ombros:

― Você tem noção de que quase morreu? Você quase deixou esse mundo, Deirdre! ―

Mas, o olhar de Deirdre era destemido e desapontado.

Ela procurou por Sam e disse com os lábios trêmulos:

― Por quê? Por que você me salvou? ―

Sam fechou os olhos em agonia:

― Sinto muito. Eu não poderia simplesmente não fazer nada enquanto vejo você morrer. Enquanto há vida há esperança. ―

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