Ciclo de Rancor romance Capítulo 198

― A verdade por trás do nosso...? ― A ira de Brendan era palpável. ― O que você quer dizer com isso? ―

Deirdre entrou em pânico. Brendan sabia exatamente o que ela queria dizer e fez essa pergunta de qualquer maneira. Como ela deveria responder?

Brendan fechou os dedos em volta do pulso dela, enquanto seu belo rosto se aproximava.

― Nós ainda somos marido e mulher, Deirdre. ― Ele afirmou, prolongando cada palavra e dando ênfase ao ‘ainda’. ― Você deveria se lembrar disso. Não sou um homem poliamoroso amando um harém de mulheres. Tudo o que você precisa fazer é ficar no seu canto e parar de tentar machucar Lena e eu juro que você sempre terá um abrigo em mim. Não é possível para nós… voltar a ser como costumava ser? ― Brendan enrijeceu.

‘Brendan realmente disse isso? Por que ele diria isso? Afinal, esse é o desejo mais profundo dele? Voltar àquele tempo?’ Deirdre ficou tão surpresa que nem conseguiu se livrar do próprio choque. Sua voz, seu pedido, reverberou dentro de seu cérebro como um eco amaldiçoado. ‘Qual é o sentido de dizer isso para mim? Ele está tentando explicar a natureza de seu relacionamento com Charlene?’

A jovem sentiu como se sua cabeça estivesse prestes a explodir. O vendaval era tão forte que sua dor de cabeça parecia pulsar em um ritmo acelerado e era difícil pensar naquele estado.

Então, a jovem fechou os olhos e sentiu Brendan a puxando para seus braços. Então sentiu o casaco dele envolvendo-a com força. O ar frio deixou de alcançá-la, e agora era o cheiro dele que a rodeava. Uma sensação de desconforto aumentou e ela começou a se contorcer.

Brendan passou o braço em volta da cintura dela:

― Não foi você quem pediu minha ajuda para manter essa fachada? ― ele afirmou, com naturalidade. ― Não sou um ator profissional de primeira linha, então não espere que eu saiba o que significa uma atuação premiada. Se você realmente quer que nossa atuação funcione, então terei que agir assim o tempo todo, até que você esteja satisfeita, a partir de hoje. Dessa forma, ela não será capaz de sentir que algo está errado. ―

O que Brendan dizia fazia muito sentido, mas Deirdre ainda não estava acostumada com a intimidade entre eles. Sua voz estava trêmula quando ela disse:

― Apenas aja como costumávamos ser naquela época. Isso será o suficiente. ―

― Quando foi isso? ―

Deirdre teve que empurrar as próximas palavras para fora de seus dentes:

― Os dois anos seguintes ao nosso casamento. ―

Brendan congelou um pouco:

― Mas, eu não estava tratando você direito, nessa época. ―

‘Não estava tratando direito?’ Que inferno! Ele tinha sido genuinamente abusivo e a usava apenas como uma válvula de escape sexual, uma boneca para recebê-lo quando ele queria, alguém de quem ele poderia se afastar quando terminasse. Ele voltava do trabalho e não lhe dava mais do que um olhar antes de ir direto para seu escritório ou para o quarto de Charlene, no segundo andar.

― Isso vai ser bom o suficiente ― disse Deirdre, calmamente. Se, nem naquela época ela ousara pedir mais de seu companheiro, não seria agora que ousaria pedir muito.

As sobrancelhas de Brendan estavam franzidas, enquanto ele examinava o rosto apático da jovem.

Um pensamento se formou em sua mente. Pode ser isso? A chance que ele estava esperando, a oportunidade de as coisas voltarem a ser como costumavam ser?

― Eu posso fazer isso... se eu não tiver esquecido exatamente como eu costumava tratá-la naquela época. ― Ele argumentou. ― Olhe, vamos entrar e discutir isso mais adiante. Começaremos fazendo as refeições juntos. Você vai me lembrando. ―

De fato, estava muito frio lá fora e Deirdre não aguentou mais. No final, decidiu atender seu chamado para voltar para casa. A essa altura, o médico havia preparado uma refeição nutritiva, então os dois se sentaram em seus respectivos lugares.

― Como era naquela época... quando comíamos juntos? ― perguntou Brendan.

Deirdre nem precisou exaurir conscientemente sua memória e ela veio até o menor dos detalhes. Eles nunca haviam conversado. O foco de Brendan sempre esteve no trabalho e o foco de Deirdre... sempre esteve nele.

Mas, deveria ser um momento de descanso e calor e era por isso que a machucava como uma faca:

― Eu não me lembro. ― Ela mentiu.

Mas, Brendan não estava com pressa.

― Tudo bem então. Você tem dez dias inteiros para se lembrar de qualquer maneira. Sem pressa. ―

Deirdre não disse nada.

Eles terminaram a refeição e a jovem subiu as escadas e foi para seu quarto. Mas, antes que ela pudesse fechar a porta, porém, uma mão pousou na maçaneta e a figura imponente do empresário se espremeu pela abertura e entrou.

O homem fechou a porta atrás de si e Deirdre sentiu o ar, de alguma forma, ficar mais rarefeito. Ela congelou, antes de se acalmar. Ela havia perdido qualquer consideração pelo autorrespeito, então a primeira coisa que veio à sua mente foi tirar a roupa. Ela havia se despido até a última peça quando Brendan, de repente, parou sua mão.

― O que você está fazendo? ―

A jovem ergueu a cabeça, se sentindo confusa:

― Você não está aqui para fazer sexo? ―

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