Ciclo de Rancor romance Capítulo 213

Quando a mulher terminou de falar, foi direto para o banheiro.

O funcionário soltou uma tosse ao perceber que Deirdre ainda estava sentada no mesmo lugar distraidamente e, percebendo que, nem assim, a jovem reagia, o rapaz disse:

― Senhorita, como você trabalha para o senhor Brighthall, isso significa que você não é tola. Você deve entender a situação e sair. Há um sofá no saguão, do lado de fora, e quando terminar, o senhor Brighthall o deixará voltar para a sala. ―

'Entender o quê? Que Brendan se interessou por uma mulher e que eles vão transar enquanto eu aguardo esquecida na entrada do hotel?'

Deirdre sentiu náuseas e todo seu corpo se retraiu. Ela se apoiou no sofá e se levantou. Mas, se aquela era a escolha de Brendan, ela não tinha o direito de ficar ressentida. Afinal, ela não era nada para ele.

Ela saiu pela porta sentindo a parede e suas ações surpreenderam o funcionário.

― Você é cega? ―

Deirdre não respondeu ao funcionário, mas continuou a acompanhar a parede com à mão, à procura do elevador.

O funcionário ficou atordoado. ‘Brendan realmente tem uma mulher cega ao seu lado? Ela é realmente uma assistente ou criada, ou alguém que acabou no quarto por acaso?'

De repente, ela sentiu um aperto no coração, mas não teve coragem de procrastinar assim que se lembrou da ordem do senhor Gull. Tentando não pensar mais no assunto, o funcionário fechou a porta, apressadamente.

Enquanto isso, Deirdre ainda passava a mão pela parede do andar. Ela não enxergava e o ambiente era totalmente novo para ela. Mesmo assim, seguiu em frente, confiando em seu instinto, até esbarrar no segurança do hotel.

― Me desculpe, me desculpe! ― O guarda de segurança pediu desculpas repetidamente. Ele ergueu a cabeça, mas ficou surpreso ao ver o rosto extremamente hediondo de Deirdre.

O hotel foi construído especificamente para o desenvolvimento do turismo, por isso ainda não tinha sido aberto oficialmente para o público. As pessoas hospedadas no hotel, naquela noite, eram todas figuras influentes e o brutamontes ficou surpreso com a aparência de Deirdre, pois além de vestir uma roupa simples, podia garantir que Deirdre não era a companheira de nenhuma das figuras influentes hospedadas.

― De onde você veio? ― O segurança estava convencido de que a mulher havia invadido no hotel. ― Por que você está andando pelo corredor do décimo andar, sem rumo? Você está tentando roubar alguma coisa? ―

― Não! É óbvio que não estou! ― Deirdre se defendeu, com todas as forças.

― Ah, não, é? Então, quem trouxe você aqui? ― A hostilidade do guarda de segurança era muito aparente.

Deirdre disse:

― Brendan Brighthall. ―

― Brendan Brighthall? ― O segurança reconheceu o nome de Brendan, mas riu, depois de dar mais uma olhada no rosto de Deirdre. ―Você está me dizendo que Brendan Brighthall trouxe você aqui? Você deveria pensar duas vezes antes de inventar uma mentira dessas. Pense no seu status e no senhor Brighthall. Um homem como ele a traria para esse hotel? Continue sonhando! Você deve ter invadido de alguma forma! ―

Percebendo a comoção, alguém veio e perguntou sobre o que acontecia. O segurança apontou para Deirdre e disse:

― Não sei de onde veio essa mulher, mas ela está vagando sozinha pelo décimo andar e suspeito que esteja tentando roubar alguma coisa. ―

― Expulse ela daqui. Rápido! Há uma festa acontecendo no salão de banquetes, no primeiro andar. Não a deixe chegar lá e assustar os convidados com essa cara de filme de terror! ―

― Entendido. ― O segurança puxou Deirdre para dentro do elevador, arrastando-a pelo braço, sem se preocupar com a resistência que ela oferecia. Na frente do hotel, o homem a sacudiu, fazendo com que perdesse o equilíbrio, e a jogou no chão.

― Dê uma boa olhada e veja que tipo de lugar é este. Uma pessoa como você não merece entrar aqui. Como ousa invadir? É uma sorte que eu consegui chegar até você primeiro, outro segurança te daria uma surra. Você não tem permissão para chegar perto deste lugar novamente. Se fizer isso, vou bater em você até que ninguém mais possa reconhecê-la! ― O segurança saiu depois de repreendê-la.

Deirdre se levantou do chão e sentiu o vento frio uivante soprando em sua pele. Parecia amargo e doloroso. Ela sentiu o ambiente em confusão, mas era um lugar desconhecido e ela não conseguia ver nada.

Todos os tipos de emoções se fundiram nela e a jovem não pôde deixar de tremer, quando sentiu gotas geladas de chuva em sua cabeça.

'O pior de tudo isso é que vai chover. Suponho que as coisas ainda consigam ficar piores. Quando você está sem sorte, tudo vai mal.'

Deirdre zombou de si mesma, mas não conseguiu nem mesmo curvar os lábios em um sorriso. A chuva ficou mais forte, mas ela não conseguia encontrar um lugar para se esconder da chuva. Então, deu alguns passos para frente, tropeçou em um degrau e caiu.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor