Ciclo de Rancor romance Capítulo 216

'Eu não teria ido à festa se soubesse que uma merda dessas iria acontecer.'

Percebendo que Brendan não poderia ser parado, o gerente do hotel ordenou que um guarda-costas o seguisse.

O empresário abriu a porta e correu para a chuva. Seu corpo ficou encharcado em apenas alguns instantes sob a chuva torrencial. A força do vento e o frio da montanha tornavam cata gota em um pequeno canivete, que dava à sensação de cortar a pele, impiedosamente.

Perceber isso deixou Brendan completamente apavorado.

― Deirdre! Deirdre! Apareça! ―

O homem a procurou em todos os lugares. Inicialmente, presumiu que não seria capaz de localizá-la em menos de uma hora, mas, isso foi completamente diferente do que aconteceu, pois, no horizonte, uma pequena estrutura chamou sua atenção e ele correu algumas dezenas de metros, encontrando Deirdre parada na rodoviária.

Ela segurava um guarda-chuva para se proteger da chuva. Mas, apesar da proteção, seu corpo inteiro estava encharcado devido ao vento forte e a chuva inicial, antes que recebesse o objeto.

Seu cabelo estava grudado nas roupas encharcadas e ela estava enrolada em um canto, como um gatinho abandonado.

Brendan sentiu uma dor penetrante no coração e reagiu à situação correndo para frente e exercendo toda a força que tinha para envolver a mulher em seus braços.

O guarda-chuva caiu no chão e foi levado pelo vento.

Deirdre reagiu lentamente, completamente atordoada.

― O ônibus... ―

― O quê? ―

― O último ônibus ainda não chegou. ―

Ela disse isso, embora tivesse decidido ficar. Afinal, ela seria capaz de suportar aquela vida agonizante, por Ophelia.

― Você estava tentando fugir? ― Brendan cerrou os dentes de raiva e disse com voz furiosa: ― É por isso que você saiu do quarto tão rápido? Para vir ao ponto de ônibus? Você pensou que poderia escapar de mim facilmente porque estamos em Southyarn? ―

Deirdre fechou os olhos, trêmula, e sentiu o aperto de Brendan se tornando mais sufocante pouco a pouco. Abriu a boca para dizer que não era nada daquilo, mas seus joelhos cederam abruptamente e ela desabou nos braços de Brendan.

― Deirdre! Deirdre! ―

Brendan tocou o rosto da jovem, que já havia ficado azulado, na chuva fria, apenas para perceber que sua testa estava queimando como água fervente.

O medo o dominou instantaneamente. Ele se lembrou do médico, no hospital, contando a ele sobre a incapacidade de Deirdre de resistir a fatores ambientais adversos, devido ao seu estado de saúde. Caso contrário, sua condição ficaria fora de controle e todo o inferno iria explodir.

Ele pegou Deirdre nos braços apressadamente e correu para o hotel.

― Onde está o médico? Quem é médico aqui? ―

Brendan correu pelo saguão, com os olhos vermelhos, a mulher em seus braços respirava superficialmente e seu rosto tinha adquirido uma palidez azulada muito cadavérica. Ela parecia estar à beira da morte e Brendan estava em pânico.

O gerente do hotel disse:

― Não há médicos aqui. Só conseguimos construir o hotel, mas ainda há muitas outras instalações a serem construídas. Organizamos esta festa de hoje depois de estender o horário de trabalho para avançar esta etapa da construção. ―

― O quê? ― O corpo inteiro de Brendan tremia de raiva. Ele não podia mais se incomodar em perder a paciência, pois isso era muito menos importante do que a vida de Deirdre. ― Onde fica o hospital mais próximo, então?! ―

― O hospital mais próximo fica a 20 minutos de carro, mas a viagem vai demorar mais do que isso nessa chuva. ―

De repente, houve uma grande comoção do lado de fora e um segurança correu para dentro com uma expressão de pânico.

― Começou uma tempestade de granizo e é bem forte. Receio que seja forte o suficiente para abrir um buraco no para-brisa. ―

O rosto lindo e impecável de Brendan estava tenso e seus olhos injetados.

O gerente do hotel disse corajosamente:

― Por que não a levamos para o seu quarto e a aquecemos com a calefação, senhor Brighthall? Deixe-a no quarto durante a noite e vamos levá-la para o hospital amanhã cedo! ―

Brendan sabia melhor do que ninguém que Deirdre não sobreviveria àquela noite. Ela tinha uma febre alta da qual não se recuperaria sem o devido tratamento médico. Mas, a chuva de granizo ficou ainda mais forte. Mesmo assim, Brendan pegou Deirdre e correu imediatamente para a garagem no subsolo.

— Espere, Deirdre! Vou levar você para o hospital! Você vai viver, eu prometo! ―

Percebendo o desespero e a fúria que emanavam do homem, nem o gerente, nem nenhum segurança teve coragem de impedi-lo de entrar no carro e partir. Ele dirigia enquanto o granizo batia constantemente em seu para-brisa, produzindo ruídos altos. A viagem noturna era dificultada pelo vento, chuva e granizo.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor