Ciclo de Rancor romance Capítulo 260

Olhando para Deirdre, o médico de repente entendeu por que Brendan era tão encorajador.

O próprio Brendan não parecia excessivamente emotivo, mas uma inspeção mais detalhada de seus olhos revelou gelo derretido e um sorriso quase tímido florescendo por baixo e, o médico ficou ainda mais surpreso... ‘aquilo é uma lágrima?'.

Segurando a mão boa de Deirdre, com ternura, Brendan disse:

― Sim. Eu acredito em você. ―

O médico leu o ambiente e percebeu que era hora de ir, então saiu discretamente.

Deirdre foi procurar o livro de partituras em braile no andar de cima. Mas, no meio do caminho, parou na escada, virou-se e declarou:

― Para sua informação, Brendan, nunca houve nada acontecendo entre mim e o senhor Carlson. Nem ontem, nem amanhã... e nem nunca! ― Então, deixou o corrimão levá-la de volta para seu quarto. Atrás dela, os belos traços de Brendan pareciam se suavizar, em uma versão mais fofa de si mesmo, sob a iluminação suave da casa.

Esta era a negação definitiva de sua acusação? Aquela era a mesma mulher que faria um esforço consciente para dizer o mínimo de palavras possível, mas agora... Olha como ela estava sendo fofa, tentando se explicar!

Deirdre acordou cedo, na manhã seguinte. Ela precisava de tempo para praticar as partituras em sua partitura, então colocou a mão boa sobre a mesa e imaginou as teclas do piano sob seus dedos trêmulos.

Mas, porta se abriu de repente. Uma sorridente Maeve entrou, incitando.

― Dee Dee, vamos! Você tem que ver isso! ―

Deirdre fechou o livro, mas descobriu-se relutante em largá-lo completamente.

― O que foi, mãe? ―

― Oh não, não vou contar e estragar a surpresa, querida. Você vai ter que ver por si mesma! ― a mulher mais velha respondeu, enigmaticamente.

Deidre não perdeu tempo pensando. Mas, desceu as escadas, com a mão segurando firme no corrimão e parou na sala de estar. Maeve então, guiou a mão da jovem para uma superfície lisa e fria.

Deirdre se assustou. Seu dedo empurrou contra a superfície e cedeu para dentro, liberando uma única nota musical. A mão dela estava... pressionando as teclas de um piano?

Maeve riu.

― Eu estava regando o jardim, do lado de fora, quando vi essa fera enorme sentada ali. Deu-me um bom susto, juro! Aposto que custa muito também, não é? ―

Sawyer, que ainda suava e grunhia de cansaço, já que tinha ajudado os carregadores a colocar o maravilhoso instrumento na sala de estar riu, respondendo:

Ele fez a ligação, murmurou por alguns minutos e se aproximou de Deirdre novamente.

― O senhor Brighthall quer falar com você. ―

Deirdre sentiu o telefone sendo colocado em sua mão. Hesitante, ela o colocou perto da orelha.

― O-Olá? ―

― Não gostou do piano? ― A voz soava plácida, calma, mas não muito distante.

Ela permaneceu em silêncio por um instante antes de responder:

― Não, é só que... ―

― Se é com dinheiro que você está se preocupando, não se preocupe. Não importa se eu comprei para você ou para adicionar ao ambiente da sala. Eu nunca me contentaria com nada menos do que o melhor. Dito isso, esse piano não foi feito apenas para você. Foi um presente para a nossa casa. ―

Brendan parecia calmo. Ele estava com as mãos nos bolsos e seu comportamento relaxado era ainda mais chocante para o resto do ambiente, onde uma multidão de chefões da empresa se contorcia em seus assentos e trocava olhares confusos uns com os outros.