Ciclo de Rancor romance Capítulo 265

As pupilas negras de Brendan dilataram quando o choque o invadiu. Enquanto isso, sentimentos complexos e intrincados encheram seu coração como se ele tivesse acabado de ser cortado.

Inicialmente, o empresário tinha imaginado que o apego ao livro estava relacionado somente ao seu amor pelo piano. Entretanto, Brendan descobria que Deirdre se sacrificava pelo objeto por ter sido um presente dele. O que causava aquela infelicidade extrema na jovem era não ter conseguido proteger algo presenteado por ele.

Algo parecia ter atingido Brendan quando pegou Deirdre e saiu da sala privada.

Ignorando o gerente que perguntava o que tinha acontecido, o empresário cruzou o restaurante com Deirdre no colo e a colocou no banco do passageiro. Quando passou o cinto de segurança, inconscientemente olhou pelo espelho retrovisor e viu um carro atrás dele que parecia inexplicavelmente familiar. Somente depois de dar uma segunda olhada, viu o número da placa e uma emoção brilhou em seus olhos negros e frígidos. Ele então, deu um telefonema.

Em um banheiro, localizado na sala privativa, Charlene estava escondida e tremendo de medo.

Enquanto Vyn dava uma dura lição a Deirdre, ela inconscientemente tinha olhado pela janela e para baixo e viu Brendan, saía do carro.

Graças à sua forte intuição, Charlene sentiu que alguma coisa estava errada e foi se esconder no banheiro da sala privativa, enquanto ninguém prestava atenção nela.

A comoção que Brendan causou foi tão grande que ela ouviu através da porta do reservado.

‘E pensar que Brendan atacara Vyn pelo bem de Deirdre... Brendan enlouqueceu?’ Afinal, o pai de Vyn era sócio do próximo projeto do Grupo Brighthall. Como ele poderia perder um projeto de um milhão de dólares, apenas por Deirdre?

Ao mesmo tempo, sentiu que Brendan estava louco e ficou mais com ciúmes. As ações de Brendan provaram sua preocupação com Deirdre. ‘Se Brendan descobrir que eu também estava naquela sala e que tinha sido, justamente eu, quem insistiu com Vyn para...’ Charlene mordeu o lábio inferior, sem ousar pensar nas consequências.

Dentro da bolsa, o celular da mulher começou a vibrar, uma, duas, três vezes. O pânico tomou conta de Charlene com o súbito toque do aparelho. Quando estava prestes a ficar furiosa, viu o identificador de chamadas e o medo tomou conta dela novamente. Respirou fundo, algumas vezes, antes de conseguir se acalmar.

― Olá, Bren. Algo errado? ―

― Não. Está tudo bem. ― Brendan estava convencido além de qualquer dúvida. ― Eu vi enquanto saía, já não estou mais lá. ―

― Oh isso é muito ruim. Achei que poderia te encontrar, hoje. — disse Charlene, coquete. ―Já não nos vemos há quase seis dias. O que sua empresa tem feito recentemente? O trabalho anda tão difícil? Posso te visitar no escritório, amanhã? ―

― Não, concentre-se nas suas coisas. Eu tenho algo para fazer agora. Entrarei em contato quando estiver livre. ―

Brendan encerrou a ligação apressadamente. Charlene cerrou os dentes quando o rosto de Deirdre encheu sua mente. Seu ressentimento pela jovem mutilada ficou mais intenso enquanto ela ponderava se Deirdre havia perdoado Brendan e decidido ficar com ele.

‘De jeito nenhum, é impossível! Uma mulher devota como Deirdre definitivamente odiaria muito Brendan depois de saber que quando ela foi forçada a ir para a prisão, sua mãe morreu tragicamente enquanto ela estava sob os cuidados de Brendan.'

Havia a possibilidade de que o relacionamento deles pudesse ser restaurado, pois Deirdre ainda não havia descoberto que a Ophelia McQuenny com quem ela convivia era uma impostora.