Ciclo de Rancor romance Capítulo 266

Assim que Charlene cogitou a possibilidade de Deirdre ainda não ter descoberto a verdadeira identidade de Maeve, um plano malévolo eclodiu em sua mente. Inicialmente, não esperava que a mulher fosse tão profissional em enganar Deirdre e parecia que a ideia de fingir ser Ophelia parecia ruim, entretanto, não tinha sido o caso.

Com isso em mente, Charlene fez uma ligação.

― Se eu lhe der a fotografia de uma mulher, você poderia encontrar suas informações pessoais? ―

Enquanto isso, Brendan tinha decidido que não seria bom levar Deirdre direto para o hospital e, por isso, tinham parado em um hotel, no meio do caminho. Pois, a jovem estava coberta de comida e até seu cabelo estava sujo e gorduroso. Brendan abriu a torneira de água quente e estendeu a mão, para desabotoar as roupas de Deirdre.

― O que você está fazendo... ― Deirdre se encolheu, mordendo o lábio e complementou: ― Estou muito suja... Não... ―

― Se você sabe que está suja, não vai se opor ao que estou fazendo. Quero te dar um banho e te vestir com roupas limpas, assim, os médicos poderão te examinar melhor. ― Enquanto falava, Brendan puxou a mão dela e tirou as roupas de seu corpo.

Deirdre ficou surpresa. Então abaixou a cabeça e murmurou:

― Tudo bem, mas vou tomar banho sozinha. ―

― Como você pode fazer isso com esse braço machucado? ― Brendan respirou fundo e a persuadiu suavemente. ― Deixe de ser tão envergonhada. Já estamos casados há três anos. Eu conheço cada pinta de seu corpo, então não se preocupe com isso. ―

Depois de dizer isso, Brendan levou Deirdre ao banheiro, ajudou-a a entrar na banheira e lavou seu cabelo pacientemente.

No momento em que a água morna foi derramada sobre ela, Deirdre não pôde deixar de sibilar e tremer.

Brendan franziu a testa e perguntou:

― O que há de errado? Qual parte do seu corpo dói? ―

Deirdre escondeu cuidadosamente a mão, mas o empresário captou o movimento a agarrou. Quando viu a horrível ferida na palma da mão, seu coração se contraiu.

Enquanto estavam no carro, não percebera o ferimento porque Deirdre manteve a mão escondida atrás do corpo.

Em um instante, toda a sua raiva se dissipou.

Ele pegou uma toalha, envolveu a mão ferida e protegeu do contato direto com a água. Então, continuou lavando o cabelo dela silenciosamente. Deirdre estranhou o súbito silêncio e, desconfiada, sentiu que algo errado tinha acontecido, por isso perguntou:

― Brendan... você está com raiva? ―

Com raiva? Claro que estava. Estava muito zangado com Deirdre, que machucaria a própria mão apenas para proteger um livro de partituras. Afinal, se ela amava tanto assim tocar piano, o que aconteceria se ela ficasse colocando a saúde das mãos em risco, de forma tão leviana?

Mas, talvez a culpa fosse dele mesmo. Ele deveria ter estado lá antes. Brendan cerrou os punhos com força e seus olhos estavam cheios de remorso tardio e raiva.

― Não ― ele disse em tom suave. ― Se eu tiver que dizer algo sobre a situação, só queria que você entendesse que o seu bem-estar é a prioridade. Nem o livro, nem nenhum objeto é tão importante. Você é um humano de carne e osso. ―

Por um momento, Deirdre ficou atordoada. Ela se sentiu muito triste com a lembrança do livro destruído e baixou os cílios para esconder sua tristeza.