Ciclo de Rancor romance Capítulo 295

Brendan não esperou que Charlene apresentasse uma desculpa e se levantou, em pura raiva.

― E você varreu isso para debaixo do tapete, sem me dizer uma única palavra! Através do seu silêncio, você concordou em mandar Deirdre para a prisão em seu lugar! Por quê? Porque quem estaria protegido com esse ato era você, não é? Puta que pariu! Como você consegue dormir à noite!? ―

As veias saltavam de seu pescoço, mas o pior de tudo é que não havia nenhum traço de carinho em sua voz, como se ela fosse uma estranha.

Charlene entrou em pânico, estendeu a mão para ele e implorou:

― Espere, eu posso explicar! ―

Brendan afastou a mão que o tocava e sentiu um frio na espinha, pois percebeu que não a conhecia mais.

Para quem ele estava olhando? Como ela podia ser tão calculista e cruel? Como ela poderia pensar que os meios justificam o fim? Ela não era mais aquela jovem gentil e inocente que jogaria sua vida fora para salvar os outros.

Os olhos de Charlene estavam vermelhos. Ela estava apavorada e em pânico enquanto puxava a manga de Brendan e soluçava.

― P-Por favor, não me odeie, Bren... eu não queria que isso acontecesse. Eu só estava com medo! Eu estava com tanto medo de perder você. Você não entende!? Fiquei inconsciente por dois anos enquanto você apenas... Seu casamento estava tão forte que ela estava grávida de seu filho! Se eu fosse para a prisão e Deirdre parisse um filho seu... Eu seria irrelevante para a sua vida, você não entende!? —

Ajoelhando-se, Charlene acho que Brendan cederia, mas, como ele continuou impassível, a mulher continuou:

― Eu te amo Bren! Eu te amo tanto que corri para o fogo, mesmo quando poderia ter morrido, para te salvar! Você deveria saber o quanto você significa para mim só por isso, Bren, então como eu poderia deixar alguém tirar você de mim? Além disso, o mais grave do meu pecado foi saber o que aconteceria. Mas não agi a favor nem contra, agi? Eu não machuquei Deirdre pessoalmente, machuquei? Chame-me de egoísta se isso ajudar você, mas apenas ... não me odeie! ―

Charlene jogou os braços em volta da cintura do empresário e apertou com força. Lágrimas continuavam rolando por suas bochechas.

A repentina cena de humilhação levava Brendan a uma enxaqueca. Ele cerrou o punho e se separou do abraço não solicitado.

Sem saber se tinha conseguido piedade, a mulher olhou para cima, ainda em lágrimas, e murmurou:

― Bren? ―

― Nosso noivado está adiado. ―

― Mas, Bren! ―

― Por favor. Você está ainda mais propensa a ficar doente do que eu. Vou ter uma dor de cabeça de verdade, se você ficar doente ― ele respondeu, liberando a mão do guarda-chuva para ela, antes de cobrir seu pequeno corpo com o casaco.

Brendan estava simplesmente preocupado que, se ela pegasse um resfriado, antes da reunião familiar programada, ela o espalharia para a mãe dele durante a refeição juntos. Era um cálculo simples e pragmático, mas foi o suficiente para colorir seus olhos de vermelho. Ela chorou, riu e o abraçou.

Sua voz estava cheia de lágrimas. Sua voz era suave.

― Obrigada, Brendan! Obrigada... ―

Ele achou a reação dela cômica. Era como se tivesse jogado um ossinho para um cachorro. Aparentemente, qualquer migalha era o suficiente para levá-la às lágrimas. Deirdre ficou tão feliz que acordou cedo na manhã seguinte, apenas para se dedicar algum tempo a aprender novas receitas para ele. O desjejum daquela manhã foi grande o suficiente para ser chamado de banquete.

Apesar de todo o esforço dela, ele comeu apenas algumas mordidas de um pão, sem fazer nenhum comentário.

…

Brendan estava deitado na cama e olhava para o teto. Fadiga e tontura caíram sobre ele e finalmente tomaram conta.