Ciclo de Rancor romance Capítulo 39

Brendan estava furioso, enquanto dizia:

― Então, é assim que você reconhece seu erro, Deirdre? ―

O corpo inteiro de Deirdre tremia e ela não se importava com seu comportamento porque estava com tanta dor que precisaria descansar antes de poder falar. Por isso, apenas perguntou, com os lábios trêmulos:

― O que mais você quer de mim? ―

O olhar de Brendan ficou frio e ele estava prestes a falar quando Charlene segurou sua mão e disse, com uma voz falsamente generosa:

― Esqueça isso, Brendan. Não vamos mais fazer barulho com essa situação. Deixe-a ir. ― E sua voz suavizou no final da frase, quando com uma expressão de timidez no rosto, perguntou ― Você vai ficar aqui comigo hoje, Brendan? Não saia esta noite. A cama é grande o suficiente para nós dois. ―

Brendan quis recusar a princípio, mas se lembrou de algo e olhou para o rosto de Deirdre, com seus olhos escuros. O monstro ainda se recusava a acreditar que ela tinha esquecido o profundo amor que um dia sentiu por ele e decidiu fazer uma provocação:

― Claro, vou sim ― Brendan pegou as duas desprevenidas, com sua resposta. Então, sorriu e disse ― Não preciso de nada daquela mansão. Ficarei e lhe farei companhia, enquanto estiver se recuperando. Vou dividir esta cama com você, o tempo que for preciso. ―

Olhando de soslaio para o rosto de Deirdre, ele enfatizou as palavras 'dividir a cama com você', e se recusou a perder qualquer mudança em sua expressão. No entanto, Deirdre nem franziu as sobrancelhas. Em vez disso, se virou e saiu do quarto. Afinal, ela não poderia se importar menos.

Frustrado, Brendan sentiu uma onda monstruosa de fúria e quis ir atrás dela.

― Brendan! ― A alegria de Charlene desapareceu e ela assumiu uma expressão de pânico ― Você acabou de dizer que ficaria! ―

Brendan cerrou os punhos e reprimiu sua raiva. Então, pegou o telefone para ligar para Steven.

Por sorte, Steven estava perto do hospital, então conseguiu chegar rapidamente. Por um momento, achou que jamais conseguiria encontrar Deirdre e isso causaria grande descontentamento em seu chefe, mas, então, viu a mulher sentada em um banco do pequeno jardim na cobertura do edifício. Com uma expressão neutra no rosto, como se estivesse em transe. Ele ficou aliviado quando se aproximou dela, sem querer assustá-la.

― Senhora McQuenny, sou Steven Young. O Senhor Brighthall me enviou, para levá-la de volta à mansão.

Deirdre levantou a cabeça e, como tinha sido pega de surpresa, não tinha identificado de que lado tinha vindo a voz do homem. Então, olhou para uma direção aleatória e respondeu, depois de lamber os lábios secos e rachados:

― Você pode esperar um momento? Preciso descansar um pouco. Estou com dor. ―

Ao ouvir isso, Steven olhou para os joelhos da mulher, que estavam cobertos pelas mãos delicadas da jovem. Ele não pôde esconder o espanto quando viu como estavam machucados. Era uma mistura de hematomas, esfolados, inchaço, sujeira e sangue. Aparentava uma dor insuportável.

Steven pensou consigo mesmo: 'Como uma pessoa pode suportar essa dor? Se qualquer um estivesse em seu lugar, estaria chorando de dor, mas ela nem franziu as sobrancelhas.'

― Seus joelhos estão muito machucados. Vou arranjar alguém para cuidar disso e te levar até o carro. Steven não aguentava mais assistir, então chamou uma enfermeira para fazer um curativo no ferimento. ―

Os olhos de Deirdre lacrimejaram durante o processo de limpeza da ferida e ela sussurrou para ele, aliviada, quando tudo terminou:

― Obrigada. ―

A expressão de Steven estava dominada por emoções.

― Não mencione isso para ninguém. Eu consegui uma cadeira de rodas, você precisa que eu a leve até o carro? ―

―Está tudo bem, eu posso andar. ― Deirdre tateou a parede e caminhou na direção indicada pelo homem.

Steven a seguiu, olhando para suas pernas trêmulas. Deirdre estava prestes a entrar no elevador quando a porta se abriu e uma voz familiar pareceu se surpreender:

― Steven? ―

O homem imediatamente assumiu uma atitude respeitosa:

― Madame Brighthall, que surpresa agradável. ―

A mulher de meia idade tinha um lenço sobre os ombros. Ela deu um suspiro e disse:

― Não sei o que aconteceu com Charlene para fazê-la cair da escada. Fiquei preocupada, então vim ver como ela estava... Mesmo que ela me decepcione com frequência, ainda é minha nora. Não posso simplesmente parar de me importar, só porque ela comete alguns erros, de tempos em tempos, certo? ―

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