Quaisquer outras emoções que Brendan sentia, ao sair da reunião, foram imediatamente substituídas por uma impaciência que nem ele mesmo poderia explicar, por isso, respondeu com grosseria:
― Meu Deus do céu! Estou indo para casa. Amanhã eu a vejo. ―
Aquilo pegou Steven de surpresa, mas mesmo assim, ele assentiu:
― Devo levá-lo para casa, então? ―
― Não. Me dê as chaves. Eu vou dirigir. ―
Brendan desamassou o terno, arrumou a gravata e se dirigiu para a garagem, caminhando em passos largos.
Alguns minutos depois, seu carro disparou pelas avenidas de Neve, rasgando o ar como uma bala de fuzil. Quando chegou à mansão, examinou a sala de estar escura e um ressentimento passou por seus olhos. Ele achou que as luzes estariam acesas. Mas, a mansão estava em completa escuridão. Não tinha ninguém ali.
Então, o homem se controlou. Deirdre era cega. Se uma sala estava iluminada ou não, não importava. Então, ele teve certeza de que a jovem estaria reclinada no sofá, como costumava fazer. Esperando. Um pouco mais animado, o homem abriu a porta e acendeu a luz.
A sala estava completamente vazia. Até mesmo a mesa de jantar estava vazia, sem a comida quente que, no passado, era sua forma básica de boas-vindas.
A época em que Deirdre se encolhia na beira do sofá, à noite, esperando por horas para vê-lo voltar para casa, tinham acabado.
O tempo que o rosto da jovem se iluminava em uma alegria contida, enquanto ela se aproximava perguntando se ele estava com fome, toda vez que Brendan chegava em casa, não existia mais.
Uma pontada aguda assaltou o peito de Brendan e ele se sentiu sufocado. Em sua mente, havia apenas um culpado. O doutorzinho, Sterling Fuller. ‘Aquele filho da puta me substituiu, em seu coração’.
Brendan nunca esteve tão lívido em sua vida. Deirdre jurara que o amava de todo o coração, mas onde estava esse sentimento agora? O amor dela era tão barato que, bastou alguns contratempos e ela já tinha decidido alugar o espaço para outro homem?
Brendan jogou o casaco no chão, subiu as escadas e empurrou a porta do quarto, que estava recostada.
A jovem estava adormecida, mas o barulho da porta se chocando contra a parede a tirou de seu sono e o pânico rastejou por suas feições, enquanto puxava o edredom para perto de si, quase como se fosse defendê-la contra o invasor.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...