Ciclo de Rancor romance Capítulo 41

Quaisquer outras emoções que Brendan sentia, ao sair da reunião, foram imediatamente substituídas por uma impaciência que nem ele mesmo poderia explicar, por isso, respondeu com grosseria:

― Meu Deus do céu! Estou indo para casa. Amanhã eu a vejo. ―

Aquilo pegou Steven de surpresa, mas mesmo assim, ele assentiu:

― Devo levá-lo para casa, então? ―

― Não. Me dê as chaves. Eu vou dirigir. ―

Brendan desamassou o terno, arrumou a gravata e se dirigiu para a garagem, caminhando em passos largos.

Alguns minutos depois, seu carro disparou pelas avenidas de Neve, rasgando o ar como uma bala de fuzil. Quando chegou à mansão, examinou a sala de estar escura e um ressentimento passou por seus olhos. Ele achou que as luzes estariam acesas. Mas, a mansão estava em completa escuridão. Não tinha ninguém ali.

Então, o homem se controlou. Deirdre era cega. Se uma sala estava iluminada ou não, não importava. Então, ele teve certeza de que a jovem estaria reclinada no sofá, como costumava fazer. Esperando. Um pouco mais animado, o homem abriu a porta e acendeu a luz.

A sala estava completamente vazia. Até mesmo a mesa de jantar estava vazia, sem a comida quente que, no passado, era sua forma básica de boas-vindas.

A época em que Deirdre se encolhia na beira do sofá, à noite, esperando por horas para vê-lo voltar para casa, tinham acabado.

O tempo que o rosto da jovem se iluminava em uma alegria contida, enquanto ela se aproximava perguntando se ele estava com fome, toda vez que Brendan chegava em casa, não existia mais.

Uma pontada aguda assaltou o peito de Brendan e ele se sentiu sufocado. Em sua mente, havia apenas um culpado. O doutorzinho, Sterling Fuller. ‘Aquele filho da puta me substituiu, em seu coração’.

Brendan nunca esteve tão lívido em sua vida. Deirdre jurara que o amava de todo o coração, mas onde estava esse sentimento agora? O amor dela era tão barato que, bastou alguns contratempos e ela já tinha decidido alugar o espaço para outro homem?

Brendan jogou o casaco no chão, subiu as escadas e empurrou a porta do quarto, que estava recostada.

A jovem estava adormecida, mas o barulho da porta se chocando contra a parede a tirou de seu sono e o pânico rastejou por suas feições, enquanto puxava o edredom para perto de si, quase como se fosse defendê-la contra o invasor.

Ela estava genuinamente apavorada e essa demonstração de terror queimou qualquer resquício de razão que Brendan ainda tinha.

Ele se lançou para ela e a prendeu sob o corpo dele. O rosto de Deirdre empalideceu e ela gritou:

― O que você está fazendo?! ―

Ela agitou os braços, lutando o máximo que pôde para impedi-lo de tocá-la e, enfurecido, Brendan prendia os braços dela, berrando:

― E agora, sua vadia?! Estou recebendo minha parte no acordo! Você me deve! Você realmente acha que eu trouxe você aqui apenas para que você pudesse sugar minha boa vontade? ―

Um grito estridente foi ouvido, junto com o som de tecido sendo rasgado, enquanto a camisola de Deirdre se desfazia em pedaços. A jovem estremeceu, o pavor foi substituído pela raiva:

― Eu não te devo nada! Não somos nada um do outro e não há mais nada entre nós! Só estou aqui porque você me obrigou! Não... toque... em mim! ―

― Por quê? Só Sterling pode? ― A malícia encheu os olhos raivosos de Brendan ― Claro que você o quer! Mas, deixe aquele filho da puta tentar! Vou amputar os dois braços dele e transformá-los em comida de cachorro! ―

O desespero encheu o coração de Deirdre. A tirania do monstro não deixava espaço para razão e misericórdia. Lágrimas rolavam de seus olhos cegos:

― Por favor, deixe-me ir. Por que você não pode simplesmente me deixar ir? Eu sou uma monstruosidade, não sou? Uma afronta aos seus olhos? Fazer isso comigo não te enoja?! Charlene está lá para você! Apenas transe com ela, por favor... Me poupe, Brendan... Me deixe em paz! ―

Brendan ficou cego de raiva. Seu sangue fervia. Ele tinha ouvido direito? Ela tinha acabado de dizer a ele para ir transar com Charlene, para que ela pudesse ser poupada? Tinha sido isso mesmo?

Ele sentiu o peito arder e seus olhos injetados de sangue tinham perdido todo e qualquer bom senso. O monstro agarrou o maxilar de Deirdre, apertando com tanta força que chegou até mesmo a estalar.

― Você está lutando comigo porque está se guardando para aquele filho da puta? Foda-se, Deirdre! Você não é virgem, muito menos santa. Você é uma prostituta e eu já percorri cada centímetro do seu corpo, muitas e muitas vezes! Tudo isso é meu! ―

Ele a castigava impiedosamente porque ela precisava ser humilhada. Ela precisava de alguém para marcar a única verdade em seus ossos: ele era o único homem que ela teria.

Uma força crescente esmagava o pulso de Deirdre, a violência verbal se entrelaçando com a violência física, levando a jovem ao limite. Mais uma vez, Deirdre estava à beira de um colapso.

― O que diabos você quer de mim?! O que mais você quer de mim?! ―

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