Deirdre falou baixinho, como se estivesse triste e a mulher teve ainda mais pena dela. A mulher mantinha a cabeça baixa enquanto enfaixava as mãos de Deirdre e então disse:
― Você pode ficar na minha casa por um tempo então. De qualquer forma, meu filho e minha filha estão trabalhando em outro lugar e não tenho ninguém para me fazer companhia. Pelo seu peso, penso que você não deve comer muito, de qualquer maneira, então vamos pôr a mesa para mais uma pessoa. Voltaremos a conversar, quando se lembrar para quem pode ligar. ―
― Nossa, você é muito generosa, muito obrigada. ― Deirdre ficou grata.
A mulher acenou com a mão, como se aquilo não fosse grande coisa:
― Está tudo bem ―. Então, preparou o quarto ao lado dela e colocou alguns lençóis quentes para Deirdre.
― É muito frio aqui na encosta. Veja se consegue dormir essa noite, quando o sol nascer amanhã, pendurarei os cobertores do armário no sol para poder adicionar outra camada de cobertor para você. ―
― Tudo bem. ―
Depois do aviso, a mulher saiu, mas Deirdre não conseguia dormir, pois ouvia a voz de Kyran assim que fechava os olhos. Se lembrava das promessas, confissões de amor e palavras ternas, até finalmente adormecer. Mas, mesmo assim, ainda teve um pesadelo.
No sonho, o rosto embaçado de Kyran gradualmente ficava mais nítido até que seus traços faciais bem esculpidos fossem mostrados. Seus olhos escuros eram frios como gelo, e ele olhava para ela com arrogância do jeito que fazia quando saía do quarto, no segundo andar, onde Charlene estava em coma e a encarava, como se fosse lixo.
Então, o homem que era Kyran e ao mesmo tempo Brendan, dizia:
― Eu disse que você nunca escaparia do meu controle. ―
A jovem sentiu a garganta inchada e dolorida. Ela só conseguia falar depois de esgotar cada grama de força de seu corpo:
― Por quê? Por que você não me deixa ir!? ―
O homem se aproximou dela, em passos firmes e lentos, mas ela podia sentir seu olhar frio sobre ela:
― É muito simples. Não vou permitir que você viva uma vida feliz porque gosto de ver você sofrendo. Mostrarei minha verdadeira identidade, assim que estivermos em Germia. Quanto mais apavorada você fica, mais feliz eu fico. Nem pense em se libertar de mim. Este é o seu castigo por, um dia, ter se apaixonado por mim! ―
Deirdre acordou com medo e descobriu que seus arredores ainda estavam embaçados. Seu corpo estava encharcado de suor frio e ela cerrou os punhos com força. Então abriu as cortinas e descobriu que a luz que entrava pela cortina era muito forte.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...