Deirdre sabia que estava em uma posição delicada pois, se caísse, morreria afogada, mesmo que sobrevivesse ao tombo. Então, sentiu um arrepio na espinha e estendeu a mão para agarrar as raízes da vegetação ao seu lado. Para seu alívio, descobriu que eram muito resistentes.
A jovem respirou fundo e se preparou física e mentalmente, antes de agarrar a vegetação e seguir para a direita na ladeira, que tinha quase 90 graus.
Conforme escalava, devido ao atrito, feridas se abriram em suas mãos e também havia inúmeros arranhões em seu corpo. Ela sentiu a dor ardente e penetrante nas mãos mas não teve coragem de diminuir a velocidade. Apenas quando finalmente chegou em um caminho menos íngreme teve coragem de afrouxar o aperto. Entretanto, suas mãos estavam machucadas e cobertas de sangue.
Deirdre queria chorar de dor, mas suportou com os dentes cerrados e continuou a descer o caminho, com medo de que o homem viesse atrás dela. Já havia perdido as forças para correr, embora pudesse enxergar com um pouco mais de nitidez.
A jovem perdeu a conta de quanto tinha caminhado e sua começava a pregar peças quando foi varrida pelo feixe de uma lanterna e uma voz atenta perguntou:
― Quem está aí? ―
Deirdre arregalou os olhos e falou, com a voz desesperada:
― Me salve! Por favor me ajude! ―
A mulher de meia-idade ainda resmungava quando Deirdre foi levada para sua casa na montanha:
― Meu Deus, menina! O que você estava fazendo, sozinha, em uma montanha tão perigosa? Você caiu da montanha e é uma sorte ter sobrevivido. Olhe para o seu corpo. Nem um pedaço de sua pele está ileso, e seu rosto... ―
Deidre sorriu, enquanto dizia:
― Meu rosto já estava machucado antes. ―
― Tão machucado assim? ― A mulher soltou um suspiro de solidariedade e preparou um banho para Deirdre se lavar, enquanto falava: ― Há muitas feridas em seu corpo e você certamente sentirá muita dor se lavar em água morna. Apenas use água fria e vou cuidar de suas feridas, quando estiver limpa. ―
― Tudo bem... ―
Deirdre entrou no banheiro, tirou a roupa e encharcou todo o corpo na banheira. A água estava fria, mas permitia que ela se sentisse sortuda por estar viva. Depois de se acostumar com a temperatura, encharcou a cabeça na água, e a memória de Kyran surgiu em sua mente. Involuntariamente, colocou a cabeça para fora, se engasgando com a água.
Coincidentemente, a mulher entrou no banheiro e se assustou com a cena. Por isso, deixou cair as roupas em suas mãos e se aproximou de Deirdre, perguntando:
― O que está acontecendo? A água está muito fria? Você gostaria que eu adicionasse um pouco de água quente? ―
Deirdre respirou fundo, recuperando o ar e balançou a cabeça com toda a força.
― Eu... eu estou bem. Eu coloquei minha cabeça debaixo d'água e acabei me engasgando. ―
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...