― Deirdre, vou procurar comida na montanha. Vá colher alguns legumes no quintal para comermos quando eu voltar. ―
― Está bem. ― A jovem assentiu. Então, segurou o batente da porta e fechou os olhos confortavelmente sob a luz do sol. Já fazia três dias que ela vivia seguindo rigorosamente uma rotina.
As feridas em suas mãos ainda não tinham começado a cicatrizar, mas os arranhões em seu corpo estavam começando a desaparecer.
Ela acreditava que a dor penetrante que irradiava de suas palmas ocasionalmente diminuiria, em mais alguns dias e parecia que a vida havia voltado ao normal, como antes de conhecer Kyran.
Ela carregou a cesta e caminhou com segurança até o quintal. A visão diante de seus olhos escurecia com frequência, então ela não conseguia ver o caminho com a nitidez que gostaria, por isso, tentava sempre fazer os caminhos de memória, como quando era cega.
Ela colhia verduras no quintal, mas, antes que pudesse enxer a cesta, um par de mãos enormes se estendeu para ela.
― Deixa que eu faço isso. ―
Deirdre levantou a cabeça e viu um homem de pele negra. Ele parecia bastante bonito, com base em seu contorno. Era o filho do chefe do vilarejo, Hoyt Leigh, e a tinha ajudado no dia anterior quando, por uma falha em sua recente visão, Deirdre torceu o tornozelo ao caminhar pelas ruas cheias de buracos do local.
― Obrigada pela ajuda, mas está tudo bem. Já terminei o que eu fazia e vou voltar para casa. Deirdre ficou constrangida e estendeu as mãos na tentativa de pegar a cesta de volta, mas Hoyt não deixou:
― Você não pode ver muito bem, então certamente será bastante inconveniente para você. A cesta está pesada, então é difícil para uma garota como você carregá-la sozinha. ―
Deirdre sorriu e agradeceu.
Hoyt abaixou a cabeça e corou, quando viu o rosto de Deirdre. Ele estava com medo de que Deirdre notasse sua reação, então caminhou na frente dela:
― Siga-me e tenha cuidado. ―
A senhora Cox ainda não estava em casa quando Deirdre voltou e Hoyt pareceu não ter pressa de sair, então perguntou:
― Suas mãos estão melhores? ―
As mãos de Deidre ainda estavam envoltas em bandagens, e ela se lembrou de sentir dor, quando ouviu a pergunta de Hoyt. Mas, apenas disse:
― Muito melhor. ―
Hoyt tirou uma pomada do bolso timidamente.
― Comprei na farmácia do centrinho e pode reduzir a dor e a inflamação. Dê-me suas mãos e eu a aplicarei para você. ―
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...