Charlene ainda estava em uma cadeira de rodas e seus olhos ficaram vermelhos quando ela percebeu a injustiça a que seria submetida.
― Brendan, você quer que eu doe meu sangue para aquela mulher? Você sabe que ainda não me recuperei... ―
― Quando ela estava grávida, doou sangue para você, não foi? ― Brendan impediu Charlene de fazer objeções ― Ela não deve morrer! Vou dizer à enfermeira para ter cuidado ao tirar seu sangue, para que não afete sua recuperação. ― A observação de Brendan foi, na verdade, um ultimato.
Charlene parecia triste e arranhou a capa de couro da cadeira de rodas com as unhas, com tanta força que quase rasgou o tecido. Mas, no fim, ela forçou um sorriso e disse:
― Bem, é uma vida humana, afinal. Contanto que ela sobreviva, não importa que eu morra, pode tirar todo o sangue necessário... ―
Assim que ela terminou sua frase, a enfermeira apareceu, esbaforida:
― O doador de sangue está aqui? E quem é o parente mais próximo da paciente? Preciso de uma assinatura para o formulário de consentimento médico de emergência! ―
― O parente mais próximo sou eu. ― Brendan avançou e disse, enquanto comprimia os lábios ― Eu sou o marido dela! ―
― Marido? ― Charlene agarrou suas mãos e cerrou os dentes, com raiva.
‘O que ele quis dizer com isso? Se ele é o marido de Deirdre, quem sou eu, nessa história? Ela é apenas uma mulher com um rosto desfigurado. E daí se ela pulou de um prédio? Por que Brendan estaria tão ansioso para me trazer aqui, no meio da noite, para doar sangue para aquela canalha?'
Charlene sentiu raiva e medo, simultaneamente. Mesmo tendo desfigurado o rosto de Deirdre, roubado sua visão e ter ameaçado colocá-la de volta na prisão, parecia que nada a impedia de roubar Brendan.
Depois de assinar o termo de consentimento, Charlene foi levada para tirar sangue. Enquanto isso, Brendan sentava rigidamente e com um olhar vago no rosto. As mãos e o rosto do homem ainda estavam cobertos de sangue e parecia que ele ainda podia sentir o calor do corpo frágil de Deirdre em suas mãos. Seus olhos ficaram vermelhos.
‘Como ela ousou pular da janela, só pelo bem de Sterling!? Como ela pôde ser tão obstinada?’
Mas, pensar em Sterling encheu o coração de Brendan de ódio.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...