Deirdre se tornou segura de si, confiante, majestosa e imponente, como, bem... aquele homem... E o choque de Maeve gradualmente se transformou em um sentimento de gratidão.
― Tudo bem. Eu vou fazer isso. Vou testemunhar contra McKinney. ―
― Obrigada. ― Deirdre acenou com a cabeça, educadamente, e deixou seu assento. O policial a cumprimentou e entrou na sala, assim que a jovem saiu.
Kyran a cobriu com um casaco e a elogiou.
― Caramba! Você foi excelente. ―
― Sério? ― Deirdre se forçou a sorrir, apesar do cansaço. ― Eu provavelmente parecia estoica e puramente racional lá dentro, mas mal conseguia controlar minha tristeza e raiva. Acho que ainda não sou madura o suficiente. ―
― Não, você está errada. Você é muito madura. O que você sentia era decepção. É por isso que você se sentiu triste e com raiva. ―
Deirdre lançou um sorriso dolorido para Kyran. Então limpou a garganta e esperou que todas as emoções descessem em seu estômago, como uma carga pesada.
― A razão me diz que é natural para uma mãe fazer o que ela fez. Ela estava tentando salvar a filha, sua própria carne e sangue. Para ela, a decisão foi fácil. A vida de alguém que ela não conhecia tão bem contra a vida de sua própria filha. Não havia motivo para hesitação. ―
A jovem respirou fundo, tentando manter a voz firme, antes de continuar a dizer:
― Mas eu não pude deixar de sentir, sabe? Como ela pôde fazer aquilo? Nós moramos juntas por um tempo, sabia? Mesmo assim, Minha vida valia tão pouco para ela? Eu acho que, no final, a única coisa que ela tinha de parecido com minha mãe era a voz. Ela é como ela, mas ela não é ela. ―
Deirdre se forçou a não chorar, mesmo com os olhos vermelhos. Ela não era Ophelia e nunca foi sua mãe. Nunca foi a mulher que abriria mão de sua própria refeição se isso significasse que ela poderia comprar um pirulito para alegrar o dia da filha.
― Meu amor... ― Kyran apertou seu coração trêmulo e jogou os braços ao redor dela. Então fechou os olhos, enquanto sua expressão se contorcia em uma careta de arrependimento. Demorou muito até que ele pudesse finalmente se acalmar e assumir sua voz calma. ― No fim de tudo, você ainda tem a mim. ―
Deirdre apertou os braços, puxando-o para si com toda a força.
― Eu sei, Kye... eu sei. ― Sua voz soou abafada quando escapou. ― Você não tem ideia de como estou feliz por estar por perto de você. Qualquer outra pessoa no mundo poderia me causar dor... exceto você. Você nunca me decepciona. ―
A mão de Kyran congelou, enquanto acariciava suas costas.
― Mm-hmm. ―
Maeve contou tudo para a policial que a interrogava e Deirdre ouviu cerca de metade de seu depoimento, até decidir que já estava farta. Os dois saíram e foram a um supermercado próximo à casa de Declan, onde estavam hospedados.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...