Deirdre saiu da cama, mas Kyran a deteve.
― Onde você está indo? Está frio! ―
― Vou reaquecer o jantar. ―
Kyran franziu a testa.
― Não! Deixa! Eu posso fazer isso sozinho. ―
― Eu vou ficar feliz com isso. Na verdade, vou lhe fazer companhia. ―
Antes que o homem pudesse protestar, Deirdre vestiu o casaco e desceu as escadas. Como imaginava, a comida estava fria, mas, ao invés de colocar no microondas, pegou um pouco de espaguete e vegetais da geladeira.
Confuso, Kyran perguntou:
― Você não ia reaquecer o jantar? ―
Deirdre empurrou uma mecha de seu cabelo para trás da orelha.
― Ia, mas pensei um pouco e mudei de ideia. Não acho bom ter algo com tanto sabor e tempero, na calada da noite, então resolvi fazer algo leve e manso, como… uma tigela de espaguete. Você só precisa esperar alguns minutos. Assim que a água estiver fervendo, posso fazer um espaguete vegetariano simples. ―
Ela se afastou dele e concentrou sua atenção na refeição.
Kyran a observou de volta, com o rosto pálido. Então, em poucos minutos, uma tigela fumegante de espaguete com algumas folhas verdes o cumprimentou.
Ele congelou. Parecia como no passado, durante o casamento deles. Isso acontecia muito naquela época. Ela costumava esperar que ele voltasse do trabalho. O som dos pneus no cascalho da entrada da mansão a acordava e ela corria até ele e perguntava sobre o dia, e então, se ele não tivesse jantado, fazia comida para ele.
Mesmo assim, o monstro nunca dedicava a ela nem quinze minutos de sua atenção. A primeira coisa que fazia era ir até o segundo andar e checar Charlene.
O vapor estava saindo da tigela como um gêiser. Kyran pegou um garfo e começou a enfiar tudo na boca, com gana, mas estava muito quente e ele pensou ter enfiado uma barra de ferro em chamas, por um momento. Então, arregalou os olhos.
― Meu Deus, Kye! Tá quente! Caramba, vou pegar água para você! ―
Em poucos segundos, a jovem apareceu com um copo de água fria e empurrou para ele. Seu rosto estava pálido de preocupação:
― Que pressa foi essa? Você está com tanta fome? Está muito quente, Kyran. Você vai se machucar. ―
Ele bebeu um grande gole até que sua boca finalmente se sentiu melhor. Pelo reflexo, parecia que seus olhos estavam vermelhos.
― Estou bem ― ele murmurou, com os olhos fixos na tigela. Depois de um tempo, ele continuou a devorar o macarrão ferozmente.
Sua língua estava dormente por causa da provação anterior e ele não conseguia mais sentir o gosto do espaguete. No entanto, comeu como se fosse o alimento mais precioso do mundo. Ele nem deixava o molho em paz.
Sem entender de onde vinha aquela fome, Deirdre apoiou o queixo na mão e perguntou:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...