Ciclo de Rancor romance Capítulo 531

A surpresa no rosto de Charlene era evidente, afinal, ela descobria que tinha fracassado, mais uma vez.

Enquanto isso, Deirdre, que encarava os olhos opressivos de Charlene, parecia calma e serena. Era como se ela não estivesse enfrentando um inimigo que, um dia, tentou matá-la. Com uma voz neutra, perguntou:

― Charlene, como você está? Faz umas duas semanas, desde a última vez que nos encontramos, não é? ―

A mulher recuperou a calma e sorriu:

― Sinto muito por não te entender do que está falando. O que sei é que não nos vemos desde que nos despedimos, em Neve. Na verdade, tenho me questionado por que a polícia veio até mim. Mas, agora tudo faz sentido! Acontece que você está tentando se vingar, conspirando contra mim, porque está com ciúmes de seu ex-marido, que se apaixonou por mim e quer se casar comigo. ―

― Então, você não vai confessar, de qualquer maneira, certo? ― disse Deirdre enquanto olhava para Charlene.

Enquanto piscava os olhos, Charlene rebateu:

― O que você quer que eu confesse? Você sabe que eu sou inocente! Não estou surpresa que você me odeie por causa de nossos envolvimentos emocionais. No entanto, você não pode me culpar sem motivo, pode? ―

― Maeve O’Keefe. Você ainda consegue se lembrar dela? ―

O sorriso de Charlene congelou, por um segundo, quando ela ouviu a pergunta de Deirdre. Então, cerrou os punhos e perguntou:

― Acho que sei quem é. O que tem ela? ―

Composta, Deirdre disse:

― Você provavelmente nega porque pensa que, comigo como testemunha, não acha que a polícia pode detê-la por muito tempo, sem provas, além do emaranhado emocional que existe entre nós. Mas e se houver outra testemunha? ―

Nesse momento, Charlene perdeu o sorriso.

― Você pensou que eu estava morta. E porque você conseguiu um bode expiatório e ninguém mais pensaria que você era a culpada, acabou deixando um monte de pontas soltas. Não seria a primeira vez, né? O que você não esperava era que nem todo mundo guardaria esse segredo para você. ―

Quando um policial se aproximou, imediatamente gritou:

― Onde está meu advogado!? Chame-o aqui agora! ―

Não muito tempo depois que o advogado de Charlene chegou e a porta foi fechada atrás deles, Charlene virou a mesa para descarregar sua raiva.

― Aquela vadia! Ela realmente sobreviveu! O que diabos ela pode ter contra mim, para eu ter sido presa!? ―

O advogado olhou para fora e disse:

― Senhorita McKinsey, por favor, fale mais baixo. Embora a polícia não tenha o direito de grampear nossa conversa nesta sala, isso não significa que eles não possam nos ouvir. ―

― E daí se eles nos ouvirem? Este já é o caso! ―