Deirdre se lembrou de algo e sua expressão mudou por um momento. Então, disse rapidamente:
― A menos que você não me queira mais. ―
― Por que eu não iria mais te querer? ― Kyran riu casualmente, como se tivesse acabado de ouvir uma piada.
Deirdre não conseguiu fingir graça. Ela sabia que aquele momento caloroso e afetuoso passaria, de qualquer maneira e também sabia que teria que contar a Kyran sobre a situação vivida no final, não importa quanto tempo ela pudesse arrastar isso.
‘Como um homem pode permitir que sua namorada transe com outro homem, quando eles ainda estão namorando…’ Os lábios de Deirdre tremeram com esse pensamento. Mas, ela se virou e fingiu, como se nada tivesse acontecido.
― Você deveria ir para a sala de estar. A fumaça da cozinha não vai fazer nada bem para essa sua garganta ruim. Vou servir a comida quando terminar de cozinhar. ―
― Não. Eu vou te fazer companhia aqui. ―
Deirdre estava extremamente irritada.
― Seja bonzinho Kye. Que tal você sair e nos trazer uma garrafa de vinho? ―
― Vinho? ― Kyran franziu as sobrancelhas. ― Para que você precisa disso? ―
― De repente, senti vontade de beber. Quer tomar uma bebida comigo? ― Deirdre sorriu maliciosamente.
Kyran colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha da companheira e disse com um olhar afetuoso:
― Vou buscar seu vinho, quero ver onde essa vontade súbita vai dar. ―
― Está bem! ―
Kyran trocou de roupa, mais uma vez, e saiu.
Assim que se viu sozinha, o sorriso de Deirdre desapareceu, e ela respirou profundamente, várias vezes, para se obrigar a ficar calma. Ainda assim, seus olhos se encheram de lágrimas ao pensar em como Kyran a deixaria.
Mas, o que mais ela poderia fazer, e onde mais ela poderia ir sem Kyran?
No entanto, se sentiria culpada pelo resto de sua vida se escondesse de Kyran o que tinha acontecido. Ela se recusava a deixar o namorado viver enganando.
Deirdre só voltou à realidade quando a água da panela transbordou.
Um tempo depois, a porta foi aberta e Kyran entrou na casa, dizendo:
― Está muito mais frio este ano do que antes. Nem parecia que era primavera, quando saí. ―
Deirdre saiu da cozinha e se aproximou dele com um sorriso.
― Obrigada por ter ido comprar vinho! ―
― Você gostaria que eu abrisse a garrafa agora? ―
― Sim por favor. ―
Deirdre se sentou e bebeu uma taça de uma vez, fazendo uma careta, enquanto o vinho seco deixava sua marca na garganta.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...