Ciclo de Rancor romance Capítulo 68

― Não, por favor. Não diga a ele! ― O rosto de Deirdre ficou terrivelmente pálido e ela mordeu o lábio inferior, antes de dizer ― É desnecessário que você o informe sobre isso. Apenas pegue para mim. ―

Sam se sentiu incomodado, e prometeu ajudá-la. Mas, ele ligou para Brendan logo em seguida para relatar o incidente.

Após contar o ocorrido, Sam perguntou:

― Devo atender, Senhor Brighthall? ―

Brendan ponderou por um longo tempo antes de proferir com os dentes cerrados de raiva:

― Pode ir! No entanto, não dê a ela as pílulas anticoncepcionais. Em vez disso, compre suplementos com ácido fólico. ―

Sam ficou atordoado por um longo tempo, depois que desligou. Ele estava muito confuso com a situação, pensando: 'O Sr. Brighthall está tentando... engravidar Deirdre?'

Agradecida, Deirdre aceitou os comprimidos que Sam lhe deu e, sem precisar de água para ajudar, tomou uma pílula. Como ela não podia enxergar, não percebeu a menor diferença e se sentiu aliviada.

Depois de subir para o quarto, Deirdre se deitou e dormiu rapidamente. Sonhou que reencontrava a mãe e ela desfrutava de boa saúde. Curada, inclusive, de sua limitação intelectual. O sonho foi como um raio de sol abrindo caminho pelas nuvens de tempestade.

Brendan não apareceu na mansão, nos dias que se seguiram.

Deirdre sabia que Brendan estava ocupado fazendo companhia a Charlene, sem dúvida. 'Afinal, sou apenas o brinquedo dele.'

Deirdre achou isso muito normal, mas não pôde deixar de se sentir ansiosa. Entretanto, sem nenhuma atualização sobre sua mãe e sem outros problemas para se ocupar, começou a ter dificuldades para comer e dormir.

No dia seguinte, ela não aguentou mais e pediu a Sam:

― Por favor, pode me emprestar seu telefone? Gostaria de ligar para Brendan. ―

― Sim, claro. ―

O segurança discou o número para ela e colocou o aparelho ao lado de sua orelha. Brendan atendeu a ligação instantaneamente e estava dizendo algo preguiçosamente. A risada nítida de Charlene era ouvida ocasionalmente quando ela o repreendia por ser travesso.

Depois de muito tempo, Brendan disse:

― Você não vai falar nada, Sam? ―

Deirdre respirou fundo e disse:

― Sou eu, Brendan. ―

Brendan disse em um tom ligeiramente descontente:

― Por que você está me ligando pelo aparelho do Sam? ―

Deirdre sorriu com amargura e pensou, intimamente 'Brendan é realmente irracional. O que mais eu poderia fazer depois que você confiscou meu telefone?' Mas, ao invés disso, preferiu se conter e responder, apenas:

― Você está livre hoje? Pode vir aqui? ―

― Não ― Brendan respondeu ― É o aniversário da minha mãe e vou levar Charlene para encontrá-la. ―

Deirdre ficou atordoada por um momento. Os dias passaram tão rápido que já era aniversário de Madame Brighthall.

Deirdre havia organizado sua festa de aniversário dois anos atrás. Ela não era uma mulher acostumada a fazer eventos, mas era muito confiável quando se tratava de assuntos importantes e conseguiu organizar um excelente banquete.

Esse ano, era Charlene quem estava encarregada de organizar a festa de aniversário e Brendan também acreditava que ela estava à altura da tarefa.

― Você pode vir depois da festa? ―

― Por que? ― Brendan riu ― Não te deixei satisfeita, no outro dia? Você me quer de novo? ―

O que ele dizia era um insulto dos piores. Além disso, Sam estava ao lado de Deirdre, então seu rosto empalideceu instantaneamente. Mas, suportando a humilhação, ela disse:

― Não, eu só... ―

Mas, Charlene interrompeu a explicação de Deirdre:

― Está ficando tarde, Bren. Devemos ir. Acho que os convidados da festa estão ficando impacientes. ―

― Claro. ― Brendan parecia extraordinariamente gentil, mas não era para Deirdre.

Então, a ligação foi desligada, antes que Deirdre pudesse reagir. De alguma forma, ouvir a conversa de Charlene e Brendan pelo telefone a fez se sentir ainda mais sozinha neste mundo e lágrimas brotaram em seus olhos. Ela sentia falta de sua mãe.

Ela pensava em sua mãe cozinhando canja de galinha e a recebendo com um sorriso largo no rosto. Quanto tempo já fazia...

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