Ciclo de Rancor romance Capítulo 71

― Isso é absurdo. ― Deirdre concluiu. No passado, ela certamente ficaria muito feliz se o homem falasse sobre o futuro deles. No entanto, agora que ela conhecia as artimanhas e os verdadeiros interesses de Brendan, só conseguia achar o assunto engraçado e irônico.

O olhar de Brendan ficou um pouco perdido e frio. Ele não desviou o olhar do rosto de Deirdre nem um pouco, mas o calor em sua expressão desapareceu no nada.

― Você vai morrer, se não se reencontrar com sua mãe? ― Ele disse zombeteiro.

Deirdre não precisou pensar, antes de responder com confiança:

―Sim, com certeza. ―

Então, a pressão que o monstro exercia sobre Deirdre aumentou abruptamente, antes de sumir, fazendo com que a jovem perdesse o equilíbrio e caísse no chão acarpetado. Apesar de estar surpresa, ela não achou a situação incomum pois já fazia muito tempo que o humor de Brendan era instável e incompreensível.

Percebendo que Brendan estava prestes a sair, ela não se importou mais com a dor. Em vez disso, se levantou rapidamente e disse:

― Brendan! Você não me respondeu! Quando vou ver minha mãe? Você me fez uma promessa! ―

― Mãe, mãe, mãe! Você só fala da sua mãe! É Sterling ou ela. Deirdre, você não tem mais nada para falar além deles?! ― Brendan de repente perdeu a paciência e com as mãos, varreu tudo da mesa ― Essa é a única razão pela qual você me ligou? Eu ia passar a noite com Charlene, sabia? Eu vim aqui porque você me chamou, mas tive que ouvir você vomitar essa bobagem chata, o tempo todo! ―

O rosto de Deirdre empalideceu. Não era de admirar que Brendan estivesse tão furioso, pois a ligação dela interrompeu um evento importante para eles.

No entanto, alguma coisa estava errada. Por isso, Deirdre insistiu, dizendo, com a voz trêmula:

― Mas, eu só quero ver minha mãe... O que há de errado nisso? ―

Brendan sentiu o peito apertar, mas ainda estava extremamente furioso:

― Não está errado, claro! No entanto, espero que você não se arrependa. ―

Então, o homem deixou a mansão, batendo a porta atrás de si. Fazendo Deirdre estremecer de surpresa, com o súbito estrondo.

Mas, conforme seu coração se acalmava, a jovem pensou:

'Não me arrepender?' Deirdre mordeu o lábio inferior 'Por que eu me arrependeria disso?'

Deirdre estava destinada a não dormir bem, remoendo esse pensamento. No entanto, Charlene também não dormia.

Brendan tinha bebido demais durante a festa de aniversário de Madame Brighthall e deveria estar com ela. Afinal, Charlene tinha presumido que eles acabariam dormindo juntos, mas Brendan se levantou, alegando que tinha algo para fazer e foi embora.

‘O que poderia ser?’ Charlene se perguntava, sem ter coragem para pensar qual seria a resposta. Afinal, imaginou que o sumiço tinha a ver com a ligação que recebera mais cedo e aquele telefonema só poderia ter partido de Deirdre, por isso Brendan tinha ficado tão distraído.

Como o esperado, ela recebeu uma mensagem de texto, de um dos seguranças, informando que o carro de Brendan estava estacionado na mansão.

― Mas, que merda! ― Charlene empurrou um vaso para o chão e o barulho penetrante a agitou ainda mais ― Deirdre, sua vadia! Eu deveria ter feito você morrer na prisão! Como você pode me causar tanto trabalho, mesmo depois de ter virado um monstro? ―

Charlene respirou fundo, depois de perder a paciência. Uma ideia lhe ocorreu e seus lábios vermelhos se curvaram em um sorriso cruel. Então, ela colocou um pouco de maquiagem para parecer cansada, antes de entrar no carro e ir para a mansão da família Brighthall.

A saúde de Madame Brighthall se deteriorava e seus únicos hobbies eram jardinagem e sentar no gramado para alimentar os peixes. A madame estava parada em frente ao lago e, assim que Charlene a viu, beliscou as bochechas até chorar de dor e foi até ela, apressada.

― Sogra. ―

Madame Brighthall guardou a comida de peixe e sorriu gentilmente:

― Oh, você está aqui, Charlene. ―

Ela se virou e, vendo o rosto cansado e os olhos vermelhos de Charlene, franziu as sobrancelhas, enquanto segurava a mão da nora perguntando:

― O que aconteceu? Por que essa cara de choro? ―

Charlene fungou e forçou um sorriso:

― Estou bem. Peguei um resfriado e não dormi bem. ―

― Você pode enganar qualquer um, menos eu. Diga-me, o que aconteceu? Você não saiu da festa com Bren, ontem à noite? Ele agrediu você? ―

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