Ciclo de Rancor romance Capítulo 716

As mãos de Deirdre tremiam. Ela tentou abrir os olhos o máximo possível para distinguir com nitidez o homem à sua frente, mas sem sucesso. Ela se forçou a se acalmar e perguntou:

― Por que... Por que o telefone de Kyran está no seu carro? ―

Brendan nunca esperou que algo assim acontecesse e não tinha justificativa. Assim, franziu a testa e se repreendeu pelo descuido. Tinha sido muito cauteloso no passado e sempre foi meticuloso sobre tudo. Agora, havia se enganado por causa da foto. No entanto, ele logo se acalmou e disse:

― Eu me encontrei com ele hoje. ―

Deirdre ficou nervosa.

― Você se encontrou com ele hoje?! ―

― Sim, qual é o problema? ― Brendan zombou. ― Não se preocupe. Eu não fiz nada contra ele. Acabamos de conversar um pouco. ―

O batimento cardíaco de Deirdre estava ficando cada vez mais rápido, e seu peito subia e descia rapidamente:

― Sobre o que vocês conversaram? ―

― Bem, conversamos sobre muitas coisas. Por exemplo, conversamos sobre você. ―

― Sobre mim? ―

― Você não me implorou para que eu o deixasse em paz? Honestamente, eu não queria fazer isso, mas como fui eu que coloquei você em uma situação perigosa ontem, o abordei. Contanto que ele me ajude com um favor, vou considerar que estamos quites. ―

O rosto de Deirdre empalideceu.

― Que tipo de favor? ―

― É apenas uma coisa muito pequena que nem vale a pena mencionar. ― Brendan, mais uma vez, deu um sorriso frio. ― Eu só não esperava que ele fosse tão descuidado. Como ele pôde deixar cair o telefone no meu carro? ―

Deirdre respirou fundo. Mesmo que ela fosse cética em relação às coisas que Brendan havia dito a ela, não havia razão melhor para explicar por que o telefone de Kyran apareceria ali. Afinal, não havia como Kyran manter contato com Brendan só porque o conhecia. Também era impossível que ele...

A expressão de Deirdre mudou, quando disse:

― Me dá o telefone dele. ―

Brendan a entregou um misto quente e disse:

― Eu te dou, depois que você tomar seu café da manhã. ―

Tobey sorriu impotente e brincou com ela.

― Antes, você já estava fora do meu alcance, agora que seu rosto se recuperou, me sinto ainda mais inferior a você. Você estava certa em não me escolher. ―

― Tobey... ―

O amigo soltou uma gargalhada e disse:

― Não leve isso tão a sério. Estou apenas brincando. Posso entrar agora? ―

Deirdre se afastou para dar lugar a Tobey. O rapaz, que segurava uma caixa grande, cheia de coisas, perguntou:

― Onde devo colocar isso aqui? Tem uma geleia que minha mãe fez, milho cozido, um patê de fígado que ela fez ontem... enfim, um monte de mimos que ela insistiu para que eu os trouxesse. ―

― Obrigada ― disse Deirdre. ― Você pode colocar naquela mesa ali. ―

Tobey largou o peso, sorriu e puxou a foto.

― E quanto a isso? Esta é a foto da sua mãe. ―