Ciclo de Rancor romance Capítulo 728

Deirdre não esperava que Brendan contasse tudo a Charlene e isso era o que mais a enfurecia. Ele usou a dor dela como uma ferramenta para agradar a Charlene. Caso contrário, como a mulher saberia com exatidão sobre o que aconteceu?

Deirdre fechou os olhos e se forçou a se acalmar. Mas, depois de um tempo, abriu os olhos e ignorou Charlene, se virando para Tobey e dizendo:

― Vamos. ―

Tobey percebeu que algo não estava certo com Deirdre e assentiu. O trio começou a caminhar em direção à porta e os lábios de Charlene se curvaram em um sorriso frio quando disse:

― Espere um segundo. ―

Deirdre parou.

Charlene se aproximou dela e havia apenas uma pequena distância entre seus lábios quando disse:

― Já que nós duas nos conhecemos há tanto tempo, deixe-me te dar uma dica. Tem certeza de que o Kyran que divide a mesma cama que você é o verdadeiro Kyran? ―

Deirdre congelou. No segundo seguinte, sentiu um cheiro familiar em Charlene e seu semblante ficou pálido. Ela tentou vasculhar sua memória, mas não conseguia se lembrar de onde havia sentido aquele cheiro.

Charlene olhou triunfante para Deirdre, antes de se virar e voltar para dentro do salão.

O rosto da jovem ainda estava pálido, mesmo depois que saíram do salão de beleza. Ela ainda não conseguia esquecer o cheiro que sentiu em Charlene. Se suas memórias lhe serviram bem, nunca teve nenhum contato próximo com Charlene, nos últimos dias, então não entendia por que sentia que o cheiro era tão familiar.

Era como se...

― Deirdre, quem é essa mulher? Por que ela tem que ser tão... ―

Deirdre voltou a si e disse, se desculpando:

― Ela é a atual namorada do meu ex-marido, então não nos damos bem. ―

Depois que ela terminou de falar, Deirdre se perguntou: 'Será que Brendan se considera meu ex-marido?' No entanto, Eilis continuaria perguntando mais coisas, se ela não explicasse o relacionamento de maneira direta.

Eilis ficou em silêncio, por um momento, antes de dizer:

― Bem, você está indo para Germia em breve, então não a verá mais. ―

― O que houve de errado? ― Deirdre avançou e colocou a mão na testa do homem. ― Você estava entretendo seus clientes, de novo? Como você está se sentindo agora? Quer que eu faça uma sopa para curar a ressaca? ―

― Está tudo bem... ― Kyran segurou na cintura da jovem e pediu. ― Apenas fique mais perto de mim. ―

Quando finalmente soube a localização exata de onde a mãe de Deirdre poderia estar, correu para o local imediatamente, mas, infelizmente, era tarde demais. Não havia ninguém na casa e encontrou apenas manchas de sangue e dentes caídos. Não era difícil imaginar o que Ophelia tinha passado.

E tinha sido ele o causador de tanto sofrimento para aquela mulher. Por isso, foi tomado pelo remorso, mas não havia como voltar no tempo. Ele apenas se perguntou amargamente se Deirdre ainda seria tão gentil se descobrisse tudo.

Ele estava confiante de que ela só estaria olhando para ele com os olhos cheios de nojo, assim como ela o confrontou com uma faca na mão naquele dia e esperava que ele morresse.

Deirdre percebeu o desamparo em sua voz e teve certeza de que ele devia ter algum tipo de problema muito grave. Então olhou para ele com amor e se sentou no sofá, passando os braços em volta dele.

Nenhum deles falou um com o outro. Depois de um tempo, Kyran a beijou e Deirdre fechou os olhos.

De repente, ela abriu os olhos.