Deirdre voltou do jardim para a sala e mudou de assunto:
― Estou com fome, Anna. ―
― Em um minuto, querida. Seu mingau estará pronto em breve! ―
Depois da refeição, a jovem subiu para dormir e teve uma noite tranquila. Mas, na manhã seguinte, Deirdre foi acordada por uma estranha gritaria de um lado e a voz séria de Engel tentando apaziguar a situação. Por isso, levantou-se apressada, vestiu uma roupa confortável e quente e abriu a porta do quarto.
O som das vozes se tornou mais nítido e a jovem entendeu as palavras:
― Vou perguntar pela última vez, onde diabos está Brendan Brighthall!? Diga a ele para descer aqui agora! Eu não vou embora até que tudo seja resolvido! ―
― Como ele pode fazer isso comigo? Sacrifiquei toda a minha juventude e meus melhores anos, para o Grupo Brighthall! Eu deixei eles me conduzirem como se eu fosse um escravo! E ele está retribuindo toda essa devoção me mandando para algum país estrangeiro e forçando as escolas dos meus filhos a expulsá-los!? Que porra é essa!? Se ele não vai me dar uma maldita explicação, vou quebrar tudo aqui e deixar minha marca. ―
Os olhos do homem estavam praticamente cuspindo fogo e sua voz era alta demais para ser ignorada.
Deirdre desceu as escadas e perguntou:
― O que há de errado, Anna? ―
A mulher grisalha rapidamente se aproximou da jovem, com a voz assustada:
― Este homem invadiu a mansão e exige ver o senhor Brighthall. Eu disse a ele que o dono da casa não está, mas ele se recusa a me ouvir! ―
Deirdre levantou a cabeça e, sem enxergar, só conseguia distinguir o contorno vago e borrado do corpo do homem, mas podia dizer, pelo teor das palavras proferidas que a questão tinha algo a ver com o trabalho.
― Senhor, Brendan não está em casa. Se você tem alguma coisa para resolver com ele, por favor, espere que volte, antes de falar sobre isso. Ninguém aqui nessa casa está em posição de te ajudar. ―
Jensen olhou para Deirdre e sua ira foi substituída por confusão, sem entender porque a jovem agia como se fosse a dona da casa. Dizia-se que Brendan era um homem fiel e não demonstrava interesse para além de sua noiva. Mas, aquela, com certeza, não era a noiva de Brendan.
O acionista franziu as sobrancelhas e rosnou:
― E quem diabos é você? ―
― Não importa ― Deirdre respondeu, com a voz firme, mas tranquila. ― Você pode ficar aqui o dia todo, gritando até seu rosto ficar azul. Brendan não vai aparecer, ele não está aqui. Se você precisar gritar com ele, faça isso pelo telefone ou espere que ele volte e fale com ele pessoalmente. ―
― Como se isso fosse uma opção! Onde diabos posso encontrar aquele crápula? ― Jensen cuspiu. ― Ele não está no escritório e ninguém sabe onde diabos se meteu. Ah, mas de uma coisa eu tenho certeza. Ele está tentando me cortar de minha influência legítima sobre a empresa me exilado em um país estrangeiro para que, sozinho, possa governar o Grupo Brighthall como um tirano! ―
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...