Ciclo de Rancor romance Capítulo 87

Lágrimas brotaram em seus olhos e rolaram por seu rosto. Lá estavam... suas lágrimas estavam de volta! Entretanto, não eram causadas por tristeza e sim pelo ódio mais puro que já existiu.

― Você esqueceu o que me disse no passado? Você me disse para não sucumbir a pensamentos positivos sobre você e nem pensar em engravidar de seu bebê. Você disse que me sufocaria até a morte se eu engravidasse. Você se esqueceu disso, agora? ―

A expressão de Brendan era gelada e seus olhos escuros brilhavam com um toque de emoções avassaladoras. Ele tinha ficado enojado com a possibilidade de ser pai do filho de Deirdre no passado, isso era fato. Ele a odiava por seus desejos selvagens e desejava que ela deixasse seu mundo imediatamente. No entanto, ele não sabia o motivo, mas, depois que ela sumiu, por várias vezes, ele se imaginou em momentos felizes com seu filho e Deirdre. Ele não conseguia entender se era culpa ou simpatia. Em suma, ele queria dar a Deirdre um lar e um filho.

― Antes, você era obcecada em ideias malucas de grandeza e ambição. Mas, agora, você é só uma criatura lastimável. Você perdeu tudo e é natural que eu queira te ajudar a conquistar o que você tanto queria. Seria bom te dar uma criança para te fazer companhia. Você pode pensar nisso como uma compensação. ―

― Compensação? ― Deirdre riu e o interrompeu. Lágrimas escorriam por seu rosto, enquanto ela dizia, em um tom determinado ― Não se preocupe, vou me matar se eu engravidar. Nem pense que eu teria um filho seu nesta vida, Brendan! Você é que está obcecado com ideias malucas! Eu não quero mais nada daquilo! Eu mudei! Como você não vê? E ainda dizem que a cega sou eu! ―

As pupilas de Brendan se contraíram e ele não podia acreditar no que acabara de ouvir. Ele ficou furioso e disse:

― Diga isso de novo, Deirdre! ―

― Qual parte? Tudo o que eu penso ou só o resumo? Toma o resumo: Me dê a porcaria do contraceptivo! ― Deirdre estava muito calma, em comparação com Brendan ― Olha, você pode até optar por não me dar a pílula, mas garanto que vou me matar se ficar grávida. Você pode tentar a sorte, se não acredita em mim. ―

― Você perdeu a cabeça!? ― Brendan não conseguia acreditar no que ouvia. No passado, ele não conseguia entender o motivo de a criança ser tão importante para ela. Mas, agora, era o contrário. Então ele percebeu algo e sentiu como se houvesse um nó na garganta. Ele sentiu seu coração se contorcer de dor:

― Então, é isso! Você não perdeu nosso primeiro filho... Você o matou! Então, é claro que não se importa com minha prole. Você queria filhos de Sterling e faria isso de bom grado, certo? ―

― Quase isso. Ele não é o único com quem eu teria filhos ― Deirdre disse, com os olhos vermelhos ― eu teria filhos com qualquer homem neste mundo, até com o bêbado do hotel, mas nunca terei um filho com você! ―

A observação foi brutal e o peito de Brendan ardeu em uma fúria maior do que qualquer outra de sua vida. O homem achou que iria morrer. Seus lábios finos ficaram pálidos e um brilho intenso surgiu em seus olhos. Então, o homem deu um passo decidido para trás e caiu no chão, com um estrondo.

Confusa, Deirdre perguntou:

― Brendan? ―

Mas, não houve resposta. Então, ela se ajoelhou e estendeu a mão, encontrando o rosto de Brendan, que queimava em febre.

Sua condição era muito pior do que qualquer dia de doença que ele havia experimentado. Brendan sempre tinha sido muito saudável e quase nunca tinha adoecido na vida.

A mente de Deirdre ficou em branco e ela chamou Sam. O segurança ficou lívido quando viu o chefe prostrado e correu para chamar um médico e a família de Brendan.

Deirdre ainda estava sentada no sofá, em estado de choque, quando a mãe de Brendan chegou lá. O homem estava cercado de médicos e seu estado era delicado, afinal, mesmo depois de receber o tratamento adequado, não recuperava a consciência.

Ao ver o estado do filho, Madame Brighthall ficou inconsolável e se recusava a deixar o quarto. Apenas quando soube que a vida de Brendan não corria perigo, apesar de seu estado, Deirdre saiu de seu estado de choque e, descalça e ainda em roupas de hospital, seguiu, se guiando com a mão nas paredes, tentando deixar o quarto.

Então, apesar de tê-la ignorado, até então, ao ver que a jovem deixava o quarto, Madame Brighthall perguntou, com a voz seca:

― Aonde você vai? ―

Deirdre respondeu, sem encarar a mulher:

― Não quero incomodar. Vou me sentar do lado de fora. ―

― Volte. ― Madame Brighthall viu os pés descalços da jovem e se sentiu bastante frustrada ― Você acabou de sair da sala de emergência e já está andando descalça por aí. Se você ficar doente, Brendan vai me culpar, de novo, quando acordar. ―

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