Ciclo de Rancor romance Capítulo 873

― O que é isso no seu pulso? ―

O coração de Deirdre deu um salto e ela retraiu a mão imediatamente, como se tivesse tocado em algo quente, e seu coração disparou, enquanto o talher tilintava na mesa metálica.

― No meu pulso? ―

Entretanto, a reação do magnata foi inesperada:

― Uh, por que está tão sujo? Parece poeira. ―

― Oh! ― Deirdre soltou um suspiro de alívio. Afinal, ele não tinha visto o ferimento dela. Depois de todos os problemas que o escândalo trouxe a ele, a última coisa que ela queria era que Brendan se distraísse com a condição dela na detenção. ― Não sei, a parede deveria estar um pouco empoeirada... Eu estava deitada encostada nela. ―

Brendan pegou o guardanapo de pano, jogou um pouco de água e disse:

― Eu vou ajudar com isso. ―

Então, cuidadosamente, segurou o pulso dela com a mão, mas antes que o lenço molhado fizesse contato, Deirdre puxou o braço, em estado de pânico.

― Qual é o problema? ―

Deirdre ficou quieta, mas Brendan pensou ter entendido o motivo da recusa.

― Desculpe. Eu realmente só queria limpar seu pulso. Se você não se sente confortável com isso, pode limpar sozinha. ―

Ele tentava ser gentil, mas tinha ficado chateado. Deirdre podia perceber isso no tom de sua voz. Mas, a sensação de mágoa não a fez confessar ter sido agredida, no entanto. Ela silenciosamente pegou o lenço e limpou o pulso debaixo da mesa. Às vezes, acidentalmente esfregava contra um ferimento, e a dor era expressada em seu rosto, fazendo seus lábios tremerem.

Depois disso, a jovem terminou a refeição o mais rápido que pôde e se levantou.

― Eu terminei. Eu devo voltar, agora. ―

Brendan desejou que Deus lhe desse mais tempo, mas tinha que admitir que estava ficando tarde. Além disso, ele não podia arriscar ser muito ousado em reacender o relacionamento deles. A única maneira de chegar a algum lugar era através de passos lentos e firmes de bebê.

― Tudo bem. Espero que durma bem! Se houver algo que você gostaria que eu ajudasse, por favor, não hesite. Vou te ajudar. Eu prometo. ―

Um brilho passou pelos olhos de Deirdre quando ela assentiu, com um pouco de ansiedade. Outra policial a levou de volta para a cela onde as outras quatro detentas esperavam com os olhos fixos nos dela.

Quando a policial saiu, depois de dizer as recomendações de sempre, eles relaxaram. Então, uma delas se aproximou e puxou Deirdre pelos cabelos.

― Você falou alguma coisa? ―

Calmamente, Deirdre balançou a cabeça.

A mulher pareceu ficar bastante satisfeita, então, deu dois tapinhas na bochecha de Deirdre e disse:

― Boa menina. Você deveria se orgulhar de não ser uma vadia dedo duro, querida, porque você acabou de se esquivar de uma bala ali. De qualquer forma, você vai dormir no colchão, mas seu cobertor é meu. Eu sou um pouco friorenta e o meu não dá conta. ―

-

Brendan voltou para o carro e estava prestes a ligar o motor, mas sua mente continuava evocando a cena da reação exagerada de Deirdre quando ele tocou em seu pulso. Algo não parecia certo.

Depois de pensar por alguns minutos, ele voltou para a delegacia e começou a fazer perguntas no balcão de atendimento. Depois de alguns minutos, a policial responsável pelas detentas, no turno da noite, apareceu e disse:

― McQuenny? Oh, ela não está mais na cela individual. ―

Brendan franziu a testa:

― Por que não? ―

― Por que estaria? ― Quem respondeu foi o delegado. ― O escândalo em que ela está envolvida cresceu tanto que fiquei preocupado de que descobrissem que ela recebe tratamento diferenciado e botassem a delegacia a baixo. ―

O coração de Brendan afundou.

― Então, onde ela está agora? ―

― Ela está presa em uma cela coletiva. ―

― Quero ver isso, agora mesmo! ―

Era uma noite fria e a cama de alvenaria, coberta por um colchão fino parecia emanar frio de cada centímetro, antes de pinicar a pele de Deirdre, enquanto ela estava deitada, encolhida em um canto. Ela não conseguia parar de tremer. Quando encostava na parede era ainda pior e a única coisa que conseguia fazer era se enrolar como uma bola, seus braços e joelhos protegendo a barriga.

‘Já passei por coisas piores’, dizia a si mesma, tentando dormir.

Seus dias na prisão foram muito mais torturantes do que qualquer coisa que a detenção da delegacia pudesse lançar sobre ela. Ela tinha certeza de que poderia sobreviver àquilo se se fortalecesse. Deirdre não cometeria o mesmo erro do passado, dessa vez, protegeria seu bebê.

De olhos fechados, a jovem tentava controlar o frio que sentia.

Quando Brendan ordenou ao diretor que o levasse para ver a cela de Deirdre, não esperava ver algo tão precário como detentas espremidas para poder compartilhar cobertores, colchões finos que mal provinham conforto e calor, mas, principalmente, jamais imaginava encontrar Deirdre, sem nenhuma coberta, encolhida como uma bola e tremendo de frio.

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