Deirdre nunca saberia o quanto doía a Brendan vê-la recuar para o canto como um cachorrinho sendo agredido. Parecia que seu coração estava sendo partido em dois, pela mão nua de alguém.
A raiva e o sentimento de impotência, pelo tipo de abuso sofrido pela mulher que amava corria por suas veias e animava cada fibra de seu corpo. Como ele desejava ser ele a ter sofrido no lugar dela.
Por isso, insegura, sem entender direito o que se passava na cabeça do magnata, a jovem não sabia o que dizer.
Entretanto, o magnata jogou os braços ao redor dela e a abraçou com firmeza:
― Por que você não pode simplesmente... contar as coisas para mim, Deirdre? Por quê? ― ele murmurou, dolorido.
Deirdre não sabia como reagir. Ela nunca tinha ouvido Brendan usar aquela voz triste e impotente antes. Nunca o ouvira soar tão desesperado, tão vulnerável e tão suplicante.
― Mas, eu estou bem... ― Levou um tempo para ela forçar seus pensamentos a entender que o sentimento predominante em Brendan era alívio por ela estar sã, então, tentou confortá-lo: ― Nada aconteceu. Estou bem. Não foi tão ruim, viu? Se fosse, eu teria contado ao delegado. ―
Brendan desabotoou o colarinho dela e olhou friamente para os hematomas.
― Esta é a sua definição de 'não foi tão ruim'? ―
Deirdre ficou quieta. Ela rapidamente abotoou a camisa novamente.
― Quis dizer que não foi nada grave. ―
Brendan fixou um olhar ilegível nela por um tempo, antes de colocar o cinto de segurança e levá-la ao hospital mais próximo.
Durante o exame o magnata percebeu que todos os hematomas dela haviam sido direcionados para áreas onde seu uniforme cobriria. Mas eram muitos e causados por socos e pontapés.
Até a enfermeira encarregada de administrar o remédio exalou, com tristeza:
― Quão insensível alguém tem que ser para fazer uma coisa dessas com uma mulher grávida? Deus, que depravação! ―
Brendan se afastou das duas mulheres para ligar para Sam, ordenando que prestasse queixa na ouvidoria e exigisse que a questão fosse investigada à fundo. Ele tinha certeza de que as detentas não tinham feito aquilo sem motivo, pois, se tivessem feito, não teriam encontrado necessidade ou desejo de esconder suas ações. Então, desconfiava que alguém as tivesse impelido. Isso tinha que ser o trabalho de alguma força externa.
Quando ele terminou a ligação, a enfermeira também havia terminado sua tarefa. Deirdre vestia as roupas, quando Brendan se aproximou, segurou a mão trêmula e fechou o último botão do colarinho.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor
Cadê o restante?...
😣...
Terá mais capítulos?...
Gostaria de ler o restante do livro...