―Por que você ainda não morreu, sua azarada? Você fica se metendo entre mim e Brendan o tempo todo e é por culpa sua que ele ficou doente. Mas, saiba que a palhaçada acabou. Assim que ele se recuperar, vou garantir que ele seja somente meu. ―
Ela falou em voz alta, como se tivesse esbofeteado Deirdre para vingar Brendan. No entanto, sentiu um prazer imenso em seu coração, pois estava suportando a raiva desde a noite anterior.
Deirdre cambaleou para trás com a dor. Seu rosto ardia e, quando se recuperou da surpresa, não se enfureceu, mas ergueu a cabeça, voltando os olhos opacos na direção de Charlene.
― Você não se dá mais ao trabalho de fingir, mesmo na presença de Brendan, hein, impostora? Se Brendan recuperasse a consciência agora, ele ficaria bastante surpreso em ver você assim, certo? Ou... ― Deirdre falou lentamente antes de rir calmamente ― você já perdeu completamente a noção, por causa do ciúme? Então, extravasar a raiva se tornou mais importante que seu próprio disfarce, estou errada? ―
O sorriso no rosto de Charlene congelou. Ela ficou furiosa por ter seus pensamentos desvendados por sua rival. Mas, para não dar o braço a torcer, Charlene zombou:
― Ciúmes? Você perdeu a cabeça, Deirdre. O que você tem que me deixaria com ciúmes de você? A beleza de seu rosto ou o brilho intenso de seu olhar? ―
― Você está com ciúmes porque Brendan passou a noite ao relento, com o único objetivo de não me perder. ― Deirdre falou calmamente.
O rosto de Charlene empalideceu. 'Como ela sabe disso?' Ela pensou.
Charlene estava realmente chateada com a demonstração de afeto de Brendan pela outra, e tinha sido por isso que perdeu o controle e deu um tapa em Deirdre. No entanto, ela não suportava ver Deirdre sendo tão arrogante.
― Você parece estar muito orgulhosa, hein? Você acha que Brendan ficou ao relento apenas para protegê-la? Ele fez isso para poder continuar te atormentando! ― Charlene abriu um sorriso ao se lembrar de algo. Então, abaixou a voz e se aproximou de Deirdre, sussurrando ― Deve ser uma sensação ruim ser drogada e enviada para a cama de um pinguço qualquer, né? Você tem muita sorte de ter conseguido escapar disso, ou então... Ahhh! ―
Deirdre, que sempre tinha sido calma, ficou furiosa. Ela estendeu as mãos e agarrou a garganta de Charlene, pressionando-a contra a beirada da cama:
― Como você sabe disso!? Quem te contou!? ―
Charlene não tinha ideia de onde Deirdre tinha encontrado tanta força para sufocá-la.
Mas, para sorte da impostora, Sam tinha ouvido o grito abafado e entrou a tempo de impedir que a agressão se intensificasse. Correndo, o brutamontes conseguiu afastar Deirdre de Charlene.
― Parem com isso! Tenham calma! Senhora McQuenny, esta é a Senhora Charlene McKinney! ―
Deirdre soltou o aperto, mas manteve seus olhos opacos voltados na direção de Charlene, ardendo em fúria:
― Quem te contou!? Como você sabe disso! Foi você?! ―
O rosto de Charlene ficou terrivelmente pálido de medo da morte. A mulher ficou furiosa e cerrou os dentes, enquanto avançava passo a passo em direção a Deirdre, que estava sendo controlada.
― Como eu sei? Ah, Deirdre... não esqueça que Brendan e eu estamos muito apaixonados. Enquanto você era chutada, no chão, eu e ele assistíamos juntos e com prazer. Nós até gravamos! ―
Charlene riu com orgulho, enquanto Deirdre lutou, com ainda mais violência. A mente de Sam ficou em branco, mas ele achou inapropriado se envolver na briga das duas mulheres. Por isso, preferiu afastar Deirdre, enquanto falava:
― Acalme-se, por favor! Acalme-se! ―
Deirdre mordeu o lábio com tanta força que sua boca se encheu de sangue. Ela não conseguia se acalmar. Ela havia presumido que Brendan a enviara para o bordel porque estava entediado com ela. No entanto, descobriu-se que ele havia feito isso para vingar Charlene.
Na verdade, ele até havia filmado suas ações para assistir depois.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ciclo de Rancor