Ciclo de Rancor romance Capítulo 90

Todo o corpo de Deirdre tremia e como um sangue espumoso escorria dos lábios da jovem, Sam tentou abrir sua mandíbula para evitar que ela causasse a si mesma algum ferimento mais grave. Enquanto isso, ele continuava falando em voz acalentadora:

― Não se machuque, Senhora McQuenny. O Senhor Brighthall vai sentir pena de você, se vir isso. ―

'Sentir pena?' Deirdre começou a rir.

Ela presumiu que Brendan talvez tivesse percebido seu erro, quando ficou no relento, mas agora parecia que tinha sido apenas uma maneira de afastar a mãe para poder continuar com as torturas. Como uma pessoa como ele poderia sentir pena dela?

Se ele se importasse, o mínimo, ele não teria se omitido quando seu rosto foi cruelmente destruído na prisão, ou quando seu filho foi abortado... Na verdade, ele apenas tinha sido um demônio frio e sem coração, todo esse tempo.

Deirdre fechou os olhos e sentiu uma intensa fadiga dominando o corpo. Ela sentiu como se seu mundo ficasse escuro por um momento e achou que iria desmaiar, então, pediu a Sam:

― Estou cansada. Você pode, por favor, arrumar um quarto para eu descansar? ―

Deirdre estava em uma condição tão fraca que Sam não teve coragem de hesitar, nem por um segundo, e levou Deirdre para um quarto próximo.

Enquanto isso, Charlene verificava as marcas de mãos em sua garganta, através do espelho. Ela ainda podia sentir um medo persistente:

'A cadela realmente teria me matado.'

Ela estava prestes a cobrir as marcas com maquiagem quando, depois de pensar por um tempo, se beliscou ferozmente, para que as marcas parecessem ainda mais óbvias. Então, ela voltou para a cama de Brendan.

O homem, que tinha traços faciais bem definidos e um rosto esculpido, sem uma única falha, estava com os olhos fechados e a expressão relaxada. Charlene olhou para ele com afeição. Mas, os lábios de Brendan se moveram.

― O que você disse, Bren? ― Charlene segurou suas mãos e se inclinou para mais perto dele. Até quase encostar o ouvido em seus lábios.

― Deir... Deirdre... ―

Os olhos gentis de Charlene se encheram de frieza e ela fez uma careta. Ela segurou as mãos de Brendan com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.

― Você não consegue esquecê-la, mesmo depois de ela ter sido barbarizada de todas as formas possíveis? ― Charlene odiava Deirdre e pensou consigo mesma: 'Então, vou ter que destruí-la ainda mais... não me culpe por ser insensível!'

Brendan só acordou no dia seguinte. O teto branco bem iluminado apareceu em sua visão assim que ele abriu os olhos e ele sentiu o calor de outra pessoa em sua mão. O homem sorriu e disse, gentilmente:

― Deirdre. ―

Então, levantou os olhos, lentamente, e encontrou o rosto de Charlene. O homem foi pego de surpresa ao se deparar com o sorriso rígido no rosto da mulher, que falava:

― Você está acordado, Bren? Você se sente melhor? Devo informar ao médico para que o examine novamente? ―

― Não. Estou bem ― Brendan recusou e seus olhos escuros olharam ao redor da sala. Então, ele franziu as sobrancelhas ― onde está Deirdre? Onde ela está? ― Afinal, ele tinha percebido que aquele era o quarto onde Deirdre tinha sido internada, mas ela não estava mais lá.

― Bren, você tem que se importar tanto assim com ela? Você está doente e eu fiz companhia para você a noite toda... ― Os lábios de Charlene se contraíram ― A outra também deveria lhe fazer companhia, mas... ela saiu reclamando... ― Charlene mordeu o lábio inferior, abruptamente.

Os olhos escuros de Brendan ficaram frios:

― Do que ela reclamou? ―

Charlene disse, com grande dificuldade:

― Ela reclamou que você estava muito doente e poderia ser contagioso, então pediu outro quarto e está descansando lá, desde ontem. Ela ainda não veio te ver, desde então... A-Ai! Bren! Isso... dói! ―

Brendan percebeu que havia esmagado a mão de Charlene, sem querer. Ele estava com tanta raiva que agarrou a mão dela com tanta força que quase a quebrou.

― Desculpe. ―

Ele afrouxou o aperto, mas se sentiu desanimado. Sua mente se encheu de pensamentos sobre a crueldade de Deirdre. Ele se sentiu desapontado, como se seu sacrifício tivesse sido em vão.

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