Ciclo de Rancor romance Capítulo 916

Deirdre nem piscou.

― Ehh, obrigada por apontar o óbvio... Eu acho? Quero dizer, o que devo fazer? Lamentar e não comer porque uma cadela fodeu com um idiota, ontem à noite? ―

Charlene zombou.

― Você está terrivelmente calma apesar de saber que transei com seu adorado Bren. Acho que todo o comportamento de mártir do amor que você tinha antes era só teatrinho. Bem, isso é realmente uma boa notícia para você. Já que você é tão boa em compartilhar, acho que vou permitir que Bren continue transando com você, depois que nos casarmos, apenas para que ele tenha uma saída garantida e uma companheira para brincar quando eu não estiver com vontade. ―

Engel não foi a única que reagiu. Deirdre também fez uma careta de desgosto.

― Hmm, não, obrigada. Ao contrário de você, não tenho o hábito de colocar na boca qualquer lixo que acho no chão. ―

Charlene imediatamente olhou para trás, na direção da porta da mansão e falou:

― Você ouviu isso, Bren? Eu estava tentando ser complacente com ela, mas ela te chamou de lixo. ―

Brendan entrou na sala e uma sombra nublada cobriu seu rosto. Seus olhos negros de falcão estavam fixos em Deirdre que ainda se sentava à mesa, em frente ao prato vazio.

Engel rapidamente interveio para defendê-la.

― Essa é só metade da história! Foi essa daí quem... ―

― Não, Anna. ― Deirdre limpou os lábios no guardanapo. ― Brendan não entendeu nada errado. ―

O magnata estreitou os olhos enquanto a fúria o rodeava. Então, de repente, ele riu.

― Não. Você não está errada. Mas, espero que isso significa que, depois que essa criança nascer, você nunca mais aparecerá para me pedir, uma migalha sequer. Você não gostaria que um lixo te sujasse, gostaria? ―

―Não, eu não gostaria. Por isso, não vejo a hora de sair daqui. ―

Sem esperar resposta, a jovem grávida se levantou da mesa e começou a subir as escadas.

― Dee, espere! ―

Engel estava prestes a seguir quando Brendan parou a mulher grisalha.

― Que tal passar esta noite no meu quarto, Bren? ―

Não havia garantia de que ela pudesse engravidar apenas em uma noite e Charlene precisava de mais. Quanto mais janelas de oportunidades, maiores as chances. No instante em que ficasse grávida, o conforto e o luxo estariam garantidos para sempre.

― Não. Talvez uma próxima vez. Estou cansado. ―

Brendan parecia ter considerado a proposta, pelo menos. O que o fez rejeitar o avanço dela foi aquele olhar para o quarto ao lado do dele. Isso lembrou Charlene de que não importava se o bebê seria uma menina ou um menino. Brendan simplesmente não conseguiria se sentir à vontade se Deirdre ainda estivesse ao alcance da voz.

Mas, como Charlene poderia engravidar assim? Depois de pensar um pouco, decidiu não forçar Brendan e voltou para seu quarto, taciturna.

Deirdre percebeu que as luzes se apagaram e a mansão ficou silenciosa, então se ajeitou, pronta para dormir. Um pouco depois, ouviu sons vindos da varanda e, logo em seguida, sentiu sua metade superior sendo envolvida pelo abraço forte e abrangente do magnata.

Seu nariz sensível podia sentir o perfume feminino pungente e persistente no corpo de Brendan. Enojada, franziu a testa e o empurrou para longe.

― Você está fedendo, vá tomar um banho. ―

Brendan fungou e percebeu o que ela queria dizer. Sem questionar, marchou para o banheiro, obedientemente, e tomou um bom banho.