⚠️ Contém cenas de violência, sexo e drogas.
Peter
Eu sou o filho de Carmem. Minha infância foi apanhar e ver minha mãe com muitos homens, fazendo rodízio em casa. Eu era apenas uma criança, mas minhas lembranças não são nada boas. Carmem era uma prostituta que teve um filho e não deixou de sair e ganhar seu dinheiro com seus homens. Algumas vezes ela me escondia dentro do guarda roupas que tínhamos em casa. Ela saía e voltava com alguém, antes de sair ela me dizia pra ficar ali no meu cantinho escuro e eu ficava ali porque ela me mandava ficar ali quietinho, eu era obediente e ficava.
Quando ela os trazia, eu ouvia gritos, gemidos e algumas vezes apanhando dos seus clientes. E eu continuava lá quietinho. Eu tinha oito anos, ela saiu e logo voltou acompanhada, ouvi gritos e dessa vez não era os de sempre, era como se ela estivesse sendo sufocada, depois os barulhos que eu era acostumado a ouvir, de um cinto sendo batido na pele, já tinha me acostumado, pois ela sempre fazia isso comigo, ela me batia apenas por olhá-la ou não fazer algum serviço que ela mandava. O homem que batia nela, batia e a sufocava com um travesseiro. Quando o cinto foi para o pescoço dela, eu me desesperei, ele mataria minha mãe.
Sai do meu esconderijo secreto e gritei, ele parou me olhou, ela não tinha reação. Imóvel ali na cama então o homem veio em minha direção, com um olhar mortal. Ele acertou o cinto em meu rosto, e depois que caiu, o cinto estalava em minha pele, em todos os lugares, eu gritei. Gritei com todos os ares do meu pulmão. Queria que alguém me ouvisse.
Depois de me bater o quanto ele achasse que fosse suficiente ele me pegou e colocou na beirada da cama e estava tirando as calças surradas que eu vestia, Carmem parecia morta na cama e aquele homem iria fazer algum mal para mim. Lembro-me dele passar a mão pelo meu pequeno corpo. Quando ele começou a tirar as calças eu gritei e pedi ajuda, graças a minha vizinha que fazia o mesmo que Carmem, um homem somente de calças entrou, e Marta foi a minha salvadora junto com aquele homem somente de calças. Ele bateu no homem que nos bateu e chamou a polícia e a ambulância.
- Querido, vamos para meu apartamento ou a polícia vai levá-lo, vou cuidar de você e dos seus ferimentos menino.
E fui com ela, com a promessa dela cuidar dos meus machucados que o homem mal tinha me feito e Carmem foi embora com a ambulância. Eu só tinha Carmem na vida, ela era minha mãe e eu a amava e sempre respeitava e obedecia. Sempre a obedecia. Marta cuidou de mim, foi diferente na casa de Marta. Carmem ficou na UTI por dias e depois que saiu ela sumiu.
Anos depois...
Graças a Marta e á seus clientes, tenho estudo, pois é Marta foi uma mãe para mim, fiz faculdade de administração, e ela tinha muito orgulho de mim. Nunca esqueci Carmem que sumiu no mundo, e me deixou ali. Na minha formatura, Marta estava radiante, eu não quis desapontá-la, se alguém falasse dela por sua profissão eu espancava então acabei sendo temido na faculdade.
Eu era diferente, tinha pensamentos estranhos a partir do momento que descobri o prazer e quando fazia sexo com as garotas eu gostava de bater, gostava de ouvir os gritos, iguais ao de Carmem naquele dia, era como se fosse música para meus ouvidos. Hoje eu entendo que se Marta não chegasse naquele momento, eu teria sido estuprado pelo cliente de Carmem. Mais o meu quase estupro me deixou seqüelas. Mesmo com o amor de Marta, eu não conseguia deixar de lembrar e quando estava com alguma mulher essas lembranças voltavam a minha mente.Eu sempre fui bonito, tinha as garotas aos meus pés, era bom aluno por mais torto que eu fosse. Eu usava drogas, Marta não gostava, mas me sentia livre de tudo aquilo quando as usava.
Conheci uma moça na escola e começamos a namorar, eu a amava, queria ela sempre perto de mim, odiava vê-la conversando com outros homens. Ela amava-me, respeitava-me e obedecia-me. Ela era morena e tinha cabelos negros longos, seus olhos uma cor âmbar. Linda. Patrícia era minha vida. Quando me formei na faculdade, comecei a trabalhar e tinha minhas atividades extras. Administrava meu império de drogas ali na cidade. E a Patrícia sempre do meu lado.
Certo dia os caras do meu trabalho lícito, pois eu trabalhava em uma multinacional, me chamaram pra ir num bordel, e eu fui. Vi a Carmem lá, a reconheci de imediato. Era uma espelunca de quinta. Ela estava mais velha, mas ainda muito bonita como sempre foi. Ela não me reconheceu de imediato. Pedi que a levassem a um quarto, e entrei. Quando ela me viu, paralisou olhou nos meus olhos e soube que eu era o filho que ela tinha abandonado. Estava muito bem vestido e era nítido que eu tinha dinheiro.
- Peter é você? – seu ar de deboche tomou conta do ambiente - Achei que você tinha ido para algum orfanato e até mesmo adotado.
- Você me deixou lá, por anos – eu a fitava - Nunca mais me procurou, Nunca quis saber do seu filho Carmem.
- Não, Peter você sempre foi um peso pra mim, deveria ter abortado ou levado você para adoção desde o começo, mas fiquei com pena e deixei você ali comigo – ela se serviu de uma bebida - Depois daquele dia, não quis mais carregar esse peso.
- Você nunca me amou, não é. Por isso me deixava trancado, naquele lugar imundo, poucas pessoas sabiam de mim, enquanto você fazia seus programas eu ficava preso naquele armário.
- Eu trazia comida pra você, já estava na hora de você procurar seu caminho, por isso deixei você lá – e sorriu diabolicamente.
Eu saí de lá transtornado, paguei pelo programa e as bebidas que já tinha ingerido que não foram poucas. Cheguei na casa de Patrícia, a casa que eu pagava para ela, e para minha surpresa ela conversava com um cara do lado de fora, com muita intimidade, e então ele a beijou. Eles entraram, eu esperei, ela recebia homens na minha casa, a casa que eu pagava pra aquela vagabunda. Depois de um tempo eu entrei, eles estavam na cama que eu dormia com ela e eles estavam fazendo sexo e ela gritava. Fui até a cozinha e peguei uma faca e o primeiro golpe foi nele. Ela gritava, enquanto eu esfaqueava o cara, quando me senti satisfeito foi a vez da Patrícia, sorri para ela que estava sentada no chão chorando e acabei com a vida da vagabunda, com tantas facadas só parei quando não conseguia mais erguer o braço o sangue dela estava por toda parte.
- Vejo que a fruta não cai longe do pé não é mesmo meu filho querido, mas você se tornou um assassino de primeira – ela olhava a cena com cara de nojo – Está de parabéns.
- Carmem, o que você está fazendo aqui?
- Vim ver meu filhinho querido, e olha minha surpresa – apontou com as mãos.
Eu chorava ao ver Patrícia ali sem vida, eu a matei. Chorei. Chorei. E Carmem, estava ao meu lado me abraçou e chorei feito criança. Ela pegou a faca e embrulhou, me ajudou a levantar.
- Agora já chega de chorar – ela me direcionou para a saída - Vamos sair pelos fundos, ninguém vai nos ver.
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