Contratando um CEO como Acompanhante romance Capítulo 5

Lúcia Mendes

Saímos praticamente correndo do prédio. O ar noturno bateu no meu rosto quente, me dando uma vertigem leve.

"Espera... espera..." falei, arfando, curvada com as mãos nos joelhos.

Ele parou ao meu lado, um pouco mais inteiro que eu, respirando pesado, o paletó aberto.

Eu levantei o rosto, encontrei aqueles olhos cinza cravados em mim e comecei a rir. Baixo no começo. Depois alto, descontrolado.

Ele arqueou a sobrancelha. "Você tá bem?"

"Meu Deus!" falei entre risadas. "Eu tô muito ferrada."

Passei a mão na testa suada, o riso morrendo devagar quando a realidade bateu.

"Ei," ele disse, com o cenho levemente franzido. "Você não fez nada de errado. Eu vi. A Célia enfiou o pé pra você tropeçar."

Dei de ombros, os ombros caindo pesados. "Ninguém vai se importar. Eduardo e ela vão reverter tudo. Fazer parecer que eu fui a barraqueira. Vão me queimar viva naquela empresa amanhã. Ah.. adeus promoção..."

Ele me estudou em silêncio.

Suspirei e olhei para o lado. Havia um bar na esquina, luzes âmbar convidativas.

"Quer beber algo?" perguntei, sem esperar muito. "Eu pago."

Ele deu um sorrisinho de lado. "Por que não?"

O bar era pequeno, aconchegante. Pedimos duas cervejas geladas e sentamos em um canto menos iluminado.

"Brinde ao desastre," falei, erguendo o copo.

"Brinde à sua fuga dramática," ele rebateu.

Nossos copos tilintaram. Bebemos um gole generoso.

"Então..." encarei ele por cima do copo. "De onde você conhece o senhor Jones?"

Ele pareceu se divertir com a pergunta. "Fui estagiário dele."

Arregalei os olhos. "Você? Estagiário de um dos maiores investidores do país? E agora... acompanhante?"

Ele deu um gole, desviando o olhar. "A vida me levou para outros caminhos."

Fiquei quieta por um instante. Mas curiosidade era meu mal.

"Você não vai me contar mais, vai?"

Ele só sorriu torto.

Revirei os olhos e voltei pra cerveja.

"Tudo bem. Segredos. Todo mundo tem."

Ele ergueu a sobrancelha. "E você? Nenhum segredo?"

"Tenho vários." Dei um gole tão grande que tossi um pouco. Ele riu.

"Vai com calma."

"Não." Limpei a boca com as costas da mão. "Vou afogar minhas mágoas. Provavelmente amanhã nem emprego eu tenha. Foda-se."

Ele me observava com um brilho estranho no olhar.

"Aliás... qual é o seu nome mesmo?"

Ele inclinou a cabeça. "Nate."

"Só Nate?"

Ele assentiu.

Revirei os olhos de novo e ergui o copo. "Nossa Nate, você é tão misterioso.

"É o que dizem." torci o nariz, para suas respostas evasivas. Se ele não queria contar, ok, mas eu precisava conversar, para não pensar na merda que teria que enfrentar amanhã.

"Então, Nate, voltando ao assunto do senhor Jones... Você deve saber quem é o sócio misterioso dele. Não sabe?

"Não, sempre ouvi falar, mas nunca o vi." ele falou dando mais um gole.

"Sempre pensei que o sócio do Jones deve ser um velho podre de rico. Mas velho mesmo, sabe? Barrigudo, careca. Aquele que nem cirurgia plástica salva."

Ele engasgou com a cerveja. Começou a rir tão alto que atraiu olhares.

"Velho, é?"

"É!" Insisti, balançando o copo meio vazio. "Um véio com cheiro de naftalina e hálito de charuto."

Ele ria tanto que bateu com a mão na mesa.

Eu gargalhei junto, jogando a cabeça pra trás.

"Você..." ele falou entre risos, limpando a boca com o dorso da mão. "Você é demais."

"E você bem gato, por isso deve cobrar tão caro," soltei, meio grogue, levando a mão a boca em seguida.

Nate parou de rir. Aquele olhar cinza ficou mais escuro, mais pesado.

"Quer saber mais sobre mim?"

Inclinei-me sobre a mesa, os cotovelos afundando no tampo pegajoso. "O quê exatamente?"

Ele segurou meu queixo com dois dedos, os olhos cravados nos meus.

"O que eu faço quando não estou fingindo ser namorado de ninguém."

Senti um calor subir das minhas pernas até meu rosto.

Ele mordeu meu lábio inferior, de leve.

"Vamos pra um lugar mais reservado."

Minha garganta secou.

"Sim," sussurrei.

Ele largou uns trocados no balcão, me puxou pela mão. Eu tropecei nos próprios pés de tão rápido que ele andava.

Saímos do bar e viramos na lateral, um beco estreito, meio mal-iluminado.

O coração martelava.

Antes que eu pensasse em protestar, Nate me prensou contra a parede fria, o corpo quente colado ao meu.

5. Minha loucura 1

5. Minha loucura 2

5. Minha loucura 3

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