Crise no Casamento! Primeiro amor, Fique Longe romance Capítulo 180

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Luz ainda estava dizendo algo pelo celular, mas suas palavras já não chegavam até mim. O celular escorregou da minha mão.

Parecia que o tempo havia desacelerado em um piscar de olhos.

Sem pensar, dirigi-me automaticamente ao escritório. Ao ver os documentos e arquivos que cobriam a mesa, me lembrava de todo o esforço que eu tinha colocado naqueles últimos dias. Uma onda de amargura começou a tomar conta de mim.

Cada um desses arquivos, que eu tinha analisado e estudado incansavelmente, agora se transformava em flocos de neve que caíam lentamente do céu.

Esses flocos caíam sobre mim, um após o outro, e pareciam ter um peso infinito. Meu corpo foi ficando cada vez mais pesado até que minhas pernas não suportaram, e me deixei cair no chão, sem forças. Aos poucos, esses flocos de neve me cobriram completamente.

Deitada no meio dessa ruína, tentei pensar, refletir... mas não consegui encontrar respostas.

Por quê?

O que Bruno queria de mim?

Por que ele estava fazendo isso?

No centro de tudo, sempre havia uma pessoa entre nós. Bruno só criava esses conflitos por causa de Gisele.

Se o que ele queria era que eu desaparecesse da vista do público, isso significaria que qualquer coisa que eu pudesse dizer sobre Gisele no futuro não teria credibilidade, nem atrairia atenção.

Esse era o único jeito de satisfazer suas intenções e alcançar seus objetivos.

Então, em comparação com Gisele, o que eu significava para ele?

Eu já tinha aceitado que ele nunca me daria um casamento perfeito. Por isso, foquei minha vida no trabalho, tentando recomeçar. E agora, ele nem sequer permitiria que minha carreira, ainda em seus primeiros passos, sobrevivesse.

Como eu pude, mesmo que por um segundo, me iludir achando que ele tinha algum sentimento por mim?

Realmente enlouqueci. E parecia que não havia cura para essa loucura.

Deitada ali no chão, fiquei olhando fixamente para o teto. A parede branca acima de mim foi mudando de um tom amarelado para um preto sombrio. Do lado de fora, ouvi batidas na porta.

Que incômodo.

Eu queria gritar, dizendo para pararem de bater, que não havia ninguém em casa!

Abri a boca para falar, mas nenhum som saiu. Minha garganta estava em chamas.

Mas quem quer que fosse, não importava. Nada nem ninguém poderia mudar minha situação agora. O que mais eu poderia fazer além de ficar jogada no chão, deixando o tempo passar? Talvez fosse melhor que me deixassem em paz.