De Secretária a Mamãe romance Capítulo 18

POR Samuel Heughan.

Não podia prendê-la, já haviam sido muitos dias em que Sophia apenas vivia dentro do condomínio, mas ao ter de vê-la indo, mesmo sabendo que voltaria me trazia uma insegurança angustiante.

Deitei-me na cama do meu quarto pela primeira vez em muito tempo desde nossa convivência, era estranho, mas extremamente confortável.

Eu mal dormia com tanto trabalho e a atenção que a empresa requeria, porém quando o fazia, apesar do sofá ser o melhor, ainda sim não era a minha cama.

Rolei pelos lençóis feito um garoto bagunceiro e neles havia um perfume estranhamente viciante. Levantei-me a fim de aproveitar um banho quente e assim o fiz, logo vesti o pijama e prostrei-me sobre o agradável colchão abraçando os travesseiros. A ponto de fechar os olhos, uma inquietude e a ansiedade me faziam revirar-me de um lado a outro, e em uma dessas, desastradamente empurrei um porta-retrato, o estilhaçando no piso frio de porcelanato.

— Droga. — Exclamei.

A noite pareceu se tornar uma tortura e me perguntei se um dia conseguiria lidar com tudo sem Sophia. Mas antes que pudesse me responder, Seth despertou e depois de olhar por todo o quarto e ver que a mãe não estava, começou um choro agudo de ter pena do tímpano.

— Não precisa chorar... — Disse tentando distrai-lo com um pequeno coelho de pelúcia.

Nada surtia efeito, a pelúcia foi arremessada longe, a chupeta era recusada em todas as vezes e eu já não conseguia suportar mais a insistência do choro agudo e estridente.

— Vou cantar, qual é a música mesmo? — Tentava me lembrar, mas as poucas letras que eu sabia o irritaram mais.

Procurei o celular e depois de colocá-lo no carregador, levou quinze insuportáveis minutos em que tive de esperar que uma mísera carga que o trouxesse de volta à vida.

— Certo, cinco por cento deve dar... — Disse pesquisando o número de Sophia nos favoritos.

Na realidade apenas Sophia estava adicionada aos favoritos, mas passei a olhar as chamadas perdidas de um número desconhecido e decidi que o melhor era não retornar, pois sabia da grande possibilidade de minha mãe ter arranjado meu número novo.

Ligo para ela insistentemente diante das inúmeras caixas postais nas quais termino, mas não desisto e na enésima tentativa finalmente sou atendido.

A música ao fundo e a voz de um homem tornam difícil escutá-la, de modo que já saio pegando o bebê o enrolado em uma manta enquanto tento escutar a voz dela.

Questiono onde ela está e com os berros no fundo da ligação juntamente com os de Seth, estou praticamente surdo. A ligação não se encerra, mas ouço um barulho estranho, como se o celular tivesse sido atingido. Ligo a localização e a tento rastrear, já que ela utilizava o e-mail antigo já conhecido por mim.

Em menos de segundos tenho a localização e já estou dentro do carro, indo a seu encontro.

— Segura firme garoto, vamos ver a mamãe.

Estaciono em frente a uma balada e não sei exatamente como Sophia poderia ter chegado ali, ela não gostava de ambientes barulhentos pelo que sabia.

Noto muitas pessoas saindo e entrando, a maioria das que saía, caindo de bêbadas e uma repulsa bate em meu peito.

Abominava o álcool e só o tomava quando estritamente necessário, meus pais haviam sido um ótimo exemplo do que uma personalidade deplorável adicionado ao álcool pode fazer. Definitivamente estragava vidas, igual a minha.

A primeira vista, em um canto na calçada, um homem tentava agarrar uma mulher parecendo a força e quando pensei em me intrometer, esta já estava cuidando da situação o colocando contra o chão depois de uma série de golpes. Ela se virou em minha direção e ao notar que era Sophia, me perguntei se minha cabeça estava pregando peças.

Foi só quando ela se aproximou que soube que aquela garota não era qualquer uma. Questionei-a inúmeras vezes ali e dentro do carro, perguntando se ela estava bem. Ela tão direta como sempre me perguntou como a encontrei.

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