Deixe O Canalha, Abraçando Meu Novo Marido romance Capítulo 588

Fiquei perplexa.

Que manobra era aquela?

Como ele estava constantemente em contato com Alonzo?

Lúcio, que acabara de desligar o telefone, olhou para mim e disse: "Ele me ligou agora há pouco. Pensei que ele tivesse desligado, mas parece que ele não se sentia seguro e por isso não desligou."

"Você acha que eu sou idiota?" - Respondi, zombando.

Lúcio claramente havia deixado o telefone propositalmente ligado e ainda fez questão de me perguntar se eu ainda queria Alonzo.

Quando apontei seu verdadeiro intuito, Lúcio não tentou se defender, apenas respondeu: "Foi por um motivo pessoal; acabou também revelando a Alonzo sua posição, deixando-o saber que... Clarice não é alguém que se chama e dispensa a vontade."

Na verdade, eu não me importava que Alonzo soubesse o que eu pensava.

Pelo contrário, era até melhor que ele soubesse, para me poupar de gastar mais palavras.

"Agradeço pelo seu doloroso senso de responsabilidade." - Zomei antes de sair do carro.

Lúcio me seguiu de perto, começando a me apresentar à residência de Henrique: "Este lugar foi comprado com o próprio dinheiro dele. Durante os quatro anos que passou no exterior, ele sempre morou aqui. Veja, as flores e plantas do jardim foram todas cuidadas por ele; nunca contratou empregados ou jardineiros."

Isso era algo que eu realmente não sabia.

Henrique nunca havia mencionado isso, mesmo quando eu estava vivendo com a família Pereira.

Raramente ouvia falar dele.

Quando o mencionavam, era apenas para dizer que ele havia ligado ou que estava indo bem por lá.

Às vezes, eu até sentia que Henrique não era filho biológico de Rosalina e Dante, mas apenas um parente, percebendo as diferenças óbvias quanto a sua atitude e preocupação com Henrique e Lúcio.

Henrique não contratava ninguém para cuidar daquela grande mansão.

Tudo era feito por ele mesmo, provavelmente porque, além de gostar de cuidar das suas próprias coisas, ele se sentia muito solitário e entediado em um país estrangeiro.

Cuidar do jardim era a melhor maneira de ocupar seus dias solitários.

"Este jardim também foi desenhado por ele." - Disse Lúcio, me surpreendendo novamente.

"Meu irmão é muito completo e inteligente, aprende rápido, muito mais do que eu." - Lúcio começou a se autodepreciar.

Isso também mostrava como ele havia mudado: antes, era competitivo e não aceitava ser menos do que ninguém, mesmo que fosse o próprio irmão.

Quando estavam na escola, ele não podia superar Henrique em notas.

Sempre que trazia o boletim para casa, não queria ouvir os pais elogiando Henrique; simplesmente fechava a porta do quarto, colocava os fones e se isolava entre músicas e jogos.

Passava pelo menos três dias sem sair para comer com a família, nem mesmo mostrava o rosto para os pais.

Depois que Henrique veio para o exterior desenvolver sua carreira, mesmo que os pais ocasionalmente elogiavam Henrique, ele permanecia em silêncio.

E agora, estava elogiando Henrique pessoalmente.

Nesses poucos meses em que estivemos separados, ele mudou muito.

"Ele nunca mencionou isso." - Continuei a conversa.

Lúcio sorriu levemente: "Ele é mais reservado, não tão ostentativo quanto eu..."

Ele fez uma pausa e, então, disse: "Ele me disse que se arrepende de ter sido tão reservado, que isso o fez... perder muitas coisas."