Deixe O Canalha, Abraçando Meu Novo Marido romance Capítulo 62

Henrique hesitou, olhando-me com suspeita.

Eu sorri, meio sem jeito: "Sua mãe deu uma repaginada aqui."

Assim que terminei, entreguei-lhe sua bolsa: "Se arrume e descanse um pouco. Eu também vou organizar algumas coisas."

Ele murmurou um acordo, e eu voltei para o meu quarto.

O quarto ainda estava repleto de objetos tanto meus quanto de Lúcio, evidenciando que, desde que parti, ninguém mais havia ocupado o espaço.

Parecia que Lúcio não retornou nem uma vez.

Onde ele poderia estar hospedado esses dias?

Na Mansão Residência Azul, onde Lorena morava?

Essa ideia apertou meu peito novamente.

Parecia que, embora eu tenha removido Lúcio do fundo do meu coração, a ferida que ele deixou ainda precisava de tempo para cicatrizar.

Não me permiti mergulhar nessas reflexões e comecei a arrumar minhas coisas na mala.

Sempre pratiquei o desapego, então, incluindo minhas roupas e itens pessoais, não tinha muito. Uma única mala foi suficiente para tudo.

Quando estava quase terminando de arrumar, a porta do quarto se abriu.

Era Henrique.

Ele havia trocado de roupa e, ao me ver, seu olhar fixou-se na mala que ainda estava aberta, franzindo o cenho: "Você está se mudando? Não vai mais morar na família Pereira?"

"Sim, seria constrangedor continuar morando aqui para todos." - Disse eu, voltando a me focar nos meus pertences.

Henrique entrou, seus olhos caíram sobre o guarda-roupa aberto, ainda com roupas de Lúcio penduradas, e suas mãos, que pendiam ao lado do corpo, apertaram-se.

"Você e Lúcio estiveram juntos por tanto tempo, se separam assim..." - Henrique falou devagar: "Você consegue mesmo se desapegar?"

Parecia que todo o mundo inteiro estava me fazendo a mesma pergunta e todos pensavam que não conseguiria me desapegar e me arrependeria no futuro.

Hesitei por um momento: "Deve saber que sou muito bom em me desapegar."

Só pude responder assim a Henrique.

Afinal, o que aconteceu entre Lúcio e eu não tinha nada a ver com ele e eu não queria que ele ficasse muito decepcionado.

Mas eu sabia que raramente voltaria aqui no futuro, e talvez não mais voltasse depois de muito tempo.

Dante, Rosalina, Henrique, eles ainda seriam minhas famílias.

Mas eu não podia considerar Lúcio com uma família e não queria o ver, ainda mais neste lugar cheio de lembranças do nosso passado.

"Então você ainda me considera seu irmão?" - Henrique perguntou, claramente triste.

Meu coração apertou, mas forcei um sorriso: "Claro, você sempre será meu irmão."

"Então..." - ele começou, hesitando, seu olhar profundo como a parte mais funda de um lago, límpido e profundo: "Posso te abraçar então?"

Fiquei surpresa, sem ter tempo de responder, já estava envolvida em seus braços.

Seu calor envolvia meus cabelos, e essa sensação penetrava pela minha pele, atingindo diretamente meu coração, fazendo-me estremecer levemente.