Deixe O Canalha, Abraçando Meu Novo Marido romance Capítulo 624

"Clarice, você voltou?"

Henrique olhou para mim, com uma mistura de surpresa e entusiasmo.

"Sim, cheguei hoje" - eu enfatizei a palavra "hoje" de propósito.

Isadora também entrou na conversa com habilidade: "Assim que voltou, já encontrou com você, que coincidência."

Henrique pareceu perceber o subtexto nas palavras de Isadora e apontou para o andar de cima: "Alguns colegas do ensino médio combinaram de se reunir aqui alguns dias atrás."

Assim que ele terminou de falar, alguém o chamou: "Henrique, vamos indo."

Ele acenou para alguém não muito longe e olhou para o churrasco que estava na frente de mim e de Isadora: "Vocês precisam de mais alguma coisa?"

Isso significava que ele queria pagar a conta para nós.

"Eu já paguei" - disse Isadora por mim.

Henrique olhou para mim: "Clarice, vai jantar na minha casa depois que você descansar bem, meus pais sentem saudades de você."

"Outro dia eu convido você para jantar" - eu disse, hesitando um pouco: "Me desculpe pelo incômodo com o assunto de Houston."

Eu mencionei Houston de propósito, só para ver a reação dele.

Ele manteve a calma: "Tudo bem."

Henrique acenou para Isadora: "Aproveitem, eu vou indo."

Ele se afastou, e através do vidro da churrascaria, pude ver ele entrando no carro e partindo.

Isadora tocou meu pé por debaixo da mesa: "O que se passou? Esse Henrique ainda não desistiu de você?"

Voltei minha atenção para o churrasco borbulhante: "Isadora, eu suspeito que ele seja o mentor por trás de tudo isso."

"O quê?" - Isadora ficou chocada.

Eu contei a ela o que descobri em Houston: "Isadora, o que eu vou fazer a seguir pode parecer loucura, não estranhe."

Se fosse antes, eu provavelmente não aguentaria e me sentiria mal, mas agora parecia-me ter desenvolvido uma resistência a isso.

Quando os enfermeiros saíram, Lúcio estava deitado ali, suando de dor.

Eu me aproximei, sentei ao lado da cama e olhei para o ferimento já enfaixado: "Você aguentou isso sozinho todo esse mês?"

Minha voz fez com que ele abrisse os olhos de repente, incrédulo, movendo a boca como se quisesse dizer algo, mas não disse.

Ele emagreceu bastante, o que mostrava o quanto ele havia sofrido com as feridas nesse último mês.

"Por que não troca de hospital ou vai para o exterior procurar tratamento?" - perguntei novamente.

"Eu, estou bem" - ele ainda tentava ser forte.

"Eu já sei de tudo, a ferida não cicatriza e ainda está necrosando por causa do veneno dos dentes do crocodilo, se continuar assim, você pode acabar tendo que amputar" - Isadora me contou isso antes de eu chegar.

A ferida de Lúcio foi por minha causa, eu tinha a obrigação de convencê-lo a buscar um tratamento adequado.