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Depois da Tempestade, Chegou Meu Sol romance Capítulo 210

Naquele momento, Késia estava em seu apartamento alugado.

Quando Arnaldo ligou, ela estava ocupada arrumando a cama. Apenas olhou rapidamente para o telefone e desligou a chamada sem hesitar.

Arnaldo também não tentou pela segunda vez.

Késia não se surpreendeu nem um pouco.

Durante todos aqueles anos, Arnaldo sempre agira assim. Quando, raramente, ele se dignava a procurá-la, já considerava isso um grande favor de sua parte.

Késia sorriu com ironia.

Naquela tarde, antes de sair da empresa, ela já tinha protocolado sua carta de demissão no departamento de recursos humanos, embora naquele momento não houvesse ninguém no escritório.

Como o dia seguinte seria um fim de semana, Késia não quis atrapalhar o descanso de ninguém.

Ela programou um e-mail automático, de forma que, na manhã de segunda-feira, a versão eletrônica de sua carta de demissão seria enviada ao responsável pelo RH e também ao assistente executivo de Arnaldo, Felipe.

Não havia muito o que arrumar em casa. Késia estendeu os lençóis de forma simples e logo foi para a cozinha preparar um macarrão para si.

A geladeira estava praticamente vazia, restando apenas uma caixa de ovos comprados no mercadinho do térreo e algumas frutas.

Ela partira de maneira decidida e apressada, sem tempo para providenciar muitas coisas.

Késia segurou a tigela de macarrão e foi sentar-se na varanda, de frente para as luzes da cidade, comendo em silêncio, uma garfada de cada vez.

A segunda ligação de Arnaldo veio somente uma hora depois.

Késia não atendeu, mas também não desligou. Deixou o telefone tocar até que, após cerca de vinte segundos, o som cessou abruptamente.

Aquele era o limite de paciência de Arnaldo.

No entanto, ao longo dos anos, ela esperara por ele incontáveis horas sem nunca reclamar.

Esperava sua ligação, sua resposta às mensagens, esperava que ele tivesse tempo para um encontro, esperava que ele tomasse os remédios, descascava um drops de menta e levava até seus lábios...

Késia permaneceu calada, tomando o caldo do macarrão, sentindo um leve gosto salgado sem saber o motivo.

Depois de lavar a louça na cozinha, ao sair, seu celular tocou novamente.

Dessa vez, quem ligava era Corina.

Késia pegou o telefone, hesitou por um instante, mas, preocupada com as crianças, acabou atendendo.

“Alô, Corina.”

Se falasse demais, só arranjaria problemas para si.

Arnaldo sentou-se no sofá, a imagem de Késia passando por sua mente, provocando-lhe uma irritação inexplicável.

Com as sobrancelhas franzidas e o olhar severo, ele respondeu sem emoção: “Como você sabe que eu nunca fui buscá-la?”

Nesses últimos dias, ele tinha dado inúmeras oportunidades para Késia. Tentara agradá-la, falara com gentileza, mas aquela mulher?

Ela só o tratava com frieza, além de dificultar intencionalmente a vida de Geovana!

Arnaldo sentiu o peito apertar, tomado por uma raiva sem nome.

Corina ainda refletia sobre as palavras de Arnaldo.

O Sr. Castilho queria dizer que tentara buscar a senhora, mas ela não aceitou?

Corina nem conseguia imaginar essa situação.

Todos sabiam como a senhora sempre tratara o senhor ao longo dos anos: era puro carinho e dedicação. Se o senhor franzisse o cenho, ela já ficava preocupada!

“Corina, traga-me uma taça de vinho.” Arnaldo pressionou as têmporas e ordenou, com o rosto impassível.

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