A temperatura no olhar de Késia desapareceu por completo.
“Leonardo e eu éramos apenas amigos na época da faculdade, não insulte ele! Além disso, onde eu estou não é da sua conta.” Ela alertou: “Não fique louco dentro de casa, vai assustar a Corina e as crianças.”
Nesse momento, Arnaldo estava na sala da casa. Seu rosto bonito mostrava-se sombrio, e sua respiração tornava-se cada vez mais pesada.
Corina estava logo atrás de Arnaldo e acrescentou, cuidadosamente: “Senhora, Ricardo e Vânia já foram levados para a casa antiga. Não se preocupe, viu…”
Arnaldo lançou-lhe um olhar cortante. Corina encolheu o pescoço, não ousando dizer mais nada.
Quando Arnaldo virou o rosto, Corina revirou discretamente os olhos atrás dele.
Agora que a senhora havia fugido, ele finalmente demonstrava preocupação. Por que não fizera isso antes?
Arnaldo ergueu a mão e puxou a gola da camisa com força, fazendo um botão voar inocentemente pelo ar.
“Késia, não tenho mais paciência para suas crises. Dou-lhe uma hora para voltar para casa imediatamente!”
Késia achou aquilo de uma ironia absurda. Ele realmente achava que aquela postura ainda a intimidava.
“Arnaldo.” Sentada à beira da cama, ela comunicou em tom calmo e resoluto: “Não voltarei mais. Já tirei todas as minhas coisas.”
Ele gritou, furioso: “Késia!”
Diante do descontrole dele, Késia permaneceu tão fria que parecia insensível.
“O acordo de divórcio será entregue amanhã no seu escritório pelo meu advogado. Arnaldo, peço que, por tudo o que fiz por você nestes anos, pelas vezes que arrisquei minha vida, assine logo e me deixe em paz.”
O amor dos outros poderia ser poético, mas os anos em que amou Arnaldo quase custaram sua vida repetidas vezes.
A respiração pesada de Arnaldo cessou de repente, como se tivesse levado uma pancada na cabeça. Ficou paralisado, sentindo o sangue gelar nas veias.
Ele pensava que o divórcio era apenas uma ameaça de Késia, uma forma de chamar sua atenção…
Agora, Arnaldo começava a perceber, ainda que vagamente, que Késia realmente queria se divorciar.
Engoliu em seco, respirou fundo e tentou falar com um tom novamente brando.
“Késia, eu sei que você ainda está magoada por causa daquela pulseira de diamantes da Geovana, não é? Posso te dar dez, cem pulseiras para compensar…”
“Geovana mora na Morada das Vinhas, número 79, não é?” Késia retrucou com tranquilidade.
“…”
Arnaldo abriu a boca, mas não conseguiu emitir nenhum som.
Engoliu em seco com dificuldade. Aquela situação, ele achava que Késia nunca descobriria.
“Késia, naquela época, menti porque tinha medo que você se magoasse. Disse que era para você preparar um chá para minha prima…”
Késia fechou os olhos.
Decepcionada ao extremo.
Mesmo naquele ponto, Arnaldo não reconhecia o erro. Continuava arrumando desculpas, tentando transformar sua traição em um ato de proteção!
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