Depois da Tempestade, Chegou Meu Sol romance Capítulo 340

Késia então ligou o computador, com a intenção de conferir parte dos dados centrais do Projeto Cidade Verde que o Professor Castellani lhe enviara, preparando-se para iniciar seu trabalho o quanto antes.

O celular, deixado ao lado de sua mão, acendeu a tela.

Késia pegou o aparelho e olhou rapidamente: era uma mensagem de Leonardo.

Leonardo: “Já chegou em casa?”

Naquele momento, ela já suspeitava que Leonardo sentia algo a mais por ela; se continuasse fingindo não perceber e atribuísse tudo à gentileza dele, pareceria excessivamente dissimulada.

Contudo, como Leonardo ainda não havia declarado nada, ela tampouco cogitava perguntar diretamente.

Na verdade, Késia não tinha cabeça para assuntos amorosos naquele momento.

Ela respondeu de forma simples: “Sim.”

Do outro lado, aparecia o aviso de que ele estava digitando, mas após um tempo, parecia que digitava, apagava, e no fim Leonardo apenas enviou: “Então descanse cedo, tenha uma boa noite e bons sonhos.”

Késia: “Obrigada.”

Do outro lado, Leonardo, ansioso pela resposta, viu aquele simples “Obrigada” e esboçou um sorriso resignado.

Antes, ela ainda respondia “Boa noite”.

Agora, provavelmente já percebera seus sentimentos, começando a manter distância.

Késia leu os materiais, mas sua leitura estava consideravelmente mais lenta do que o habitual; não conseguia se concentrar.

Em sua mente, permanecia o ícone vermelho de exclamação ao lado do nome de Vânia.

Opressão tomava conta do peito de Késia.

No fundo, ela suspeitava que, para a filha, nunca seria nem um décimo do que Geovana era...

Àquela altura, já passava das onze da noite.

Késia pretendia tomar um banho e ir dormir, mas nesse instante recebeu uma ligação de Ricardo.

Ela atendeu imediatamente, usando um tom suave: “Ricardo, o que houve?”

Ricardo, normalmente tão calmo, dessa vez falou com uma rara ansiedade e desamparo: “É a Vânia, mamãe. Ela parece estar muito mal, teve pesadelos a noite toda, chamando ‘mamãe, socorro’ e dizendo ‘não me abandone’. Quando a acordei, ela começou a vomitar...”

O coração de Késia apertou.

Esses sintomas indicavam que a menina sofrera um grande susto, a ponto de ficar confusa e desorientada. O corpo reagia junto, e o vômito era um dos sinais!

Ela rapidamente acalmou o filho: “Ricardo, e o papai? Tem algum adulto em casa?”

“Depois do jantar, o motorista nos trouxe de volta. O papai saiu com a Sra. Geovana e ainda não voltou, liguei pra ele, mas não atendeu. A Corina está aqui, ela já chamou o Dr. Gomes.”

Késia tremia de raiva.

Aquele desgraçado do Arnaldo, saindo para encontrar Geovana e sequer atendendo o telefone dos filhos!

Como não se preocupar?

Era sua própria filha!

Késia mordia os dedos enquanto andava de um lado para o outro no quarto, aguardando notícias de Fábio.

Fátima, terminando o trabalho, entrou no quarto e, ao ver o estado de Késia, perguntou o que havia acontecido. Ao saber que Vânia estava doente e que Arnaldo, aquele canalha, estava em um encontro com Geovana, sem atender o telefone dos filhos, ela explodiu:

“Poxa, como pode existir um sujeito desses? E ainda quer disputar a guarda com você?” Fátima exclamou, indignada.

O comentário lembrou Késia de avisar Gonçalo sobre o ocorrido e de que Fábio poderia servir de testemunha posteriormente.

Em poucos minutos, o telefone de Fábio tocou.

“Sra. Cardoso, não precisa se preocupar, o quadro da Vânia não é grave, ela apenas comeu demais à noite e talvez tenha visto algum filme assustador, o que a deixou impressionada e acabou preocupando-se demais antes de dormir.

Apesar de parecer forte, Vânia é uma criança de saúde delicada, então não suportou bem e teve uma reação mais intensa.”

Fábio ainda descreveu com detalhes o pulso e os sintomas de Vânia para Késia.

Na hora, Késia prescreveu à filha um remédio calmante e fortificante, acrescentando dois ingredientes adocicados para facilitar a ingestão.

“Dr. Gomes, por favor, prepare a medicação conforme a receita e entregue na casa à Corina. Peça a ela que prepare o remédio para a Vânia tomar por cinco dias, uma tigelinha no café da manhã e outra antes de dormir.”

“Está certo. Sra. Cardoso, tente não se preocupar tanto.” Fábio procurou tranquilizá-la.