“Sra. Tavares, por favor, não me entenda mal. Eu apenas achava que sua competência não ficava atrás da Késia.”
Geovana deu um passo à frente e pousou delicadamente a mão sobre o braço de Isabel.
Isabel lançou apenas um olhar para baixo, mas desta vez não afastou a mão dela, emitindo assim um claro sinal de aceitação.
Pelo visto, ela havia encontrado a pessoa certa!
Isabel estreitou os olhos friamente, com um olhar lúcido e penetrante.
“Você diz tudo isso porque quer me usar para ajudá-la a lidar com a Késia?” Isabel foi tirando, dedo por dedo, a mão de Geovana de seu braço. “Quer me usar como instrumento para atingir seus objetivos. Geovana, você acha mesmo que é tão esperta assim?”
Geovana, no entanto, permaneceu absolutamente calma. Ela sorriu levemente: “Dizer que quero usar você soa muito mal. Podemos ser aliadas e cooperar de maneira agradável.”
Dizendo isso, ela tirou o celular e mostrou algumas fotos para Isabel.
“Encontrei isso no cafezinho antes de descer.”
As fotos mostravam Késia e Caio. Os dois estavam muito próximos, trocando sorrisos.
Isabel apertou os lábios, claramente incomodada.
Geovana não perdeu o ciúme estampado no rosto dela e sorriu de canto.
Já durante a reunião, ela tinha percebido um olhar diferente de Isabel para Caio.
Estava certa em sua intuição!
“Sra. Tavares, atualmente Késia está divorciada e solteira. Se continuar convivendo diariamente com Caio no trabalho, nunca se sabe o que pode acontecer.” Geovana apoiou a mão no ombro de Isabel, falando com brandura e tentando persuadi-la ainda mais. “Imagino que a senhora não queira ser sempre ofuscada pela Késia, nem que ela roube até o homem de quem gosta, não é?”
Isabel: “……”
Geovana percebeu a hesitação de Isabel e não demonstrou pressa. Entregou a ela uma caixa de madeira aromática requintada junto com seu cartão de visitas.
“Sra. Tavares, reflita com calma antes de me procurar. Este é um pequeno presente da minha coleção pessoal, não se encontra à venda em lugar nenhum.”
Terminando a frase, Geovana se virou e saiu.
Isabel observou a silhueta dela se afastando e abriu a caixa de madeira em suas mãos. Dentro havia uma cabaça de âmbar vermelho, translúcida e claramente valiosa.
Isabel pegou a cabaça e a examinou, esboçando um sorriso frio, de significado indecifrável.
Ela então se afastou, dirigindo-se a um canto do prédio sem câmeras de segurança, onde tirou o celular e enviou uma mensagem.
‘Késia, este é um presente da mamãe, gostou? Tem seu nome embaixo. Foi mamãe quem gravou.’
‘Que minha querida filhinha tenha prosperidade, felicidades e muitos anos de vida.’
Késia apertou a cabaça contra o peito, deixando as lágrimas amargas escorrerem pelo rosto.
Tudo da família Cardoso havia sido tomado deles, apropriado e depois desprezado!
“Késia, por que está chorando?” Isabel se assustou com a reação dela. “Essa cabaça é...?”
“É uma das lembranças que minha mãe me deixou antes de falecer.” Késia respondeu com sinceridade. “Obrigada por devolvê-la para mim.”
Isabel ficou levemente surpresa. Na época da faculdade, Késia nunca falava sobre o próprio passado; ela respeitava isso e nunca perguntou. Agora percebia que, para Késia, Geovana devia ser algo muito mais sério do que apenas uma amante.
“O que mais precisa que eu faça?” Isabel perguntou em voz baixa.
Késia respondeu: “Por enquanto, basta deixar a Geovana pensar que vocês estão do mesmo lado.”
Isabel assentiu e entregou um documento a Késia.
“Esta é a proposta que a Geovana me passou. Está muito bem elaborada, mas existem algumas suposições que dependem de dados experimentais básicos, e ela não teria acesso a esses dados. Suspeito que ela conheça alguém que possa acessar informações confidenciais do projeto.”

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois da Tempestade, Chegou Meu Sol
Boa noite. Estou lendo o livro Depois da tempestade, quando tento comprar aparece uma nota dizendo para tentar mais tarde. Isso é muito incoveniente....